REINALDO SILVA
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O evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus foi inspiração para Sandro Sávio Petrucci Machado: “Também vos digo que se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus” (Mt 18: 19).
Morador de Florianópolis (SC), ele desejava reencontrar amigos que fez em Paranavaí há mais de 40 anos, quando trabalhava no Bradesco. Por onde começar? Precisava de ajuda.
Entrou em contato com alguém que certamente levaria a ideia adiante, um líder à época, uma figura icônica hoje: Valmir Trentini. Explicou a proposta e prontamente ganhou um parceiro. Começavam, então, há mais de dois anos, uma tarefa que requeria dedicação e persistência. Sandro se apoiou no texto bíblico e teve a certeza de que, juntos, ele e Valmir poderiam fazer dar certo.
Sabiam que muitos companheiros de trabalho das idas décadas de 1970 e 80 não estavam mais em Paranavaí. Construíram histórias diversas, seguiram por outros caminhos, viajaram o mundo, constituíram família, descobriram novas vocações profissionais.
Utilizaram as redes sociais para localizar cada um dos 160 funcionários que passaram pela agência de Paranavaí naquele período. “Queríamos encontrar o máximo possível, sem deixar alguém para trás. Fizemos uma busca aos companheiros e descobrimos pessoas morando nos Estados Unidos, no Japão, em Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Rio Grande do Sul, Paraná”, contou Valmir Trentini.
O próximo passo seria definir uma maneira de reunir todos. Onde? Como? Quando? “Entendemos que o melhor lugar seria Paranavaí, cidade em que tudo começou”, disse Sandro Machado.
Formaram uma comissão para acertar todos os detalhes. Escolheram a data, estabeleceram a programação e tiveram dois anos para cuidar dos preparativos. Quem estava longe se organizou. Quem estava perto colocou as mãos na massa. E aquele sonho do saudosista Sandro Machado passou a ser compartilhado por todos.
Parte dos visitantes chegou a Paranavaí no dia 9 de setembro. Aproveitaram que era uma sexta-feira, portanto, dia útil, e visitaram a agência do Bradesco, a fim de conversar com os funcionários atuais. Contaram como o trabalho era feito sem os atuais aparatos tecnológicos, cada tarefa exigia o empenho manual da equipe, o que justificava o maior número de pessoas.
Mais amigos chegaram no sábado (10) e participaram de uma série de atividades de convivência durante o dia. Caminharam por algumas ruas do centro da cidade, passaram pela Praça da Xícara, foram até o Paço Municipal e conversaram com o prefeito licenciado Carlos Henrique Rossato Gomes (Delegado KIQ), que fez questão de recebê-los. Depois seguiram para a Igreja São Sebastião e posaram para uma foto em grupo.
À noite, os velhos amigos voltaram a se reunir, dessa vez para um jantar e um baile muito animado, com direito a DJ e repertório retrô – músicas dos anos 1970, 80 e 90. A festa foi um grande encontro de experiências de vida, histórias parecidas ou tão distantes, mas que se entrelaçaram e permaneceram ligadas depois da mais de quatro décadas.
Alguns deixaram este mundo e foram desenhar novas vidas em outros planos. Alguns não puderam comparecer por impedimentos profissionais, familiares ou mesmo de logística de deslocamento. Mas, independentemente da presença física, os que estavam no evento fizeram questão de lembrar de cada um que compartilhou pedacinhos de sua história com os companheiros de trabalho.
Saíram da festa com um pequeno troféu confeccionado pela comissão organizadora em referência ao Bradesco e com os nomes de todos os participantes.
Mais do que isso, terminaram o grande encontro cercados de memórias recontadas e revividas, com a certeza de que a amizade é esse eterno ciclo de partidas e chegadas, e não importa para onde os caminhos levem, sempre vale a pena voltar.