Frei Alberto Henrique Ferreira Marini, O.Carm.
Para este ano de 2022, o mês de missionário de outubro conta com o tema: “A Igreja é missão” e o lema: “Vós sereis minhas testemunhas” (At 1,8). A Igreja é formada por pessoas, que com o seu coração aberto e disponível, abraçam a causa de anunciar a alegria do Reino de Deus entre as pessoas. Somos convidados a sermos esses discípulos-missionários, conforme o mandato missionário de Jesus: “Ide por todo o mundo, proclamando a boa notícia a toda a humanidade” (Mc 16,15).
A Igreja é missionária quando ela segue os exemplos e atitudes do seu Mestre Jesus Cristo. Não se trata de uma missão em que nos colocamos de braços fechados ou estagnados num mesmo lugar. A missão envolve dinamismo, olhar atento para as necessidades, disponibilidade em socorrer o outro que sofre. Do mesmo modo, encontramos nos evangelhos um Jesus que está em movimento, que vai ao encontro do necessitado. O apóstolo São Paulo nos exorta para que tenhamos os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (Cf. Fl 2,5).
De tal forma, tornamo-nos testemunhas de Jesus Cristo, que em nosso modo de vida e de ser na Igreja, nos colocamos livremente nos projetos que a própria Igreja se propõe. Por exemplo: envolvimento em mutirão de sair visitando e abençoando as casas das famílias, levar a Eucaristia para uma pessoa enferma, levar o consolo e a esperança para as famílias enlutadas, ajudar nas pastorais da comunidade de fé, entre outras. Em todos esses aspectos, nós como Igreja, somos a presença ou o sinal do Cristo Ressuscitado.
Não se importe tanto em querer realizar missões extraordinárias, mas o importante é aquilo que podemos alcançar. Devemos assim pensar: quais pessoas de meu conhecimento, sejam amigos ou familiares, que se encontram carentes de uma palavra ou de um abraço? Quais situações da minha realidade, social ou eclesial, precisam da minha ajuda? No evangelho de Lucas, encontramos o episódio da visitação (Lc 1, 39-45): as vezes precisamos ser como “Maria” que sai da sua comodidade e se dirige apressadamente para ajudar sua prima Isabel. Mas, as vezes também precisamos ser como “Isabel”, de receber uma visita amiga, onde eu possa falar, contar com a ajuda de alguém. Essa dupla compreensão de visita, que também é missão – de visitar e ser visitado – nos preenchem da graça de Deus.
Logo, a missão faz parte de toda a vida humana, que independentemente da fé professada, torna-se importante quando nossas atitudes estão em vista do bem e da edificação do outro e do Reino de Deus, conforme agia o próprio Jesus. Se somos testemunhas do Senhor, precisamos prontamente anunciar sua Palavra e estar disponíveis para esse trabalho de gerar Deus na vida do outro. Certa vez, ouvi uma frase de frei Edimar que dizia assim: “a missão é feita dos pés que evangelizam, dos joelhos que se dobram e das mãos que estão abertas”.
Missionários em Paranavaí, uma história a se contar…