Desafio da saúde pública mundial, a incidência da tuberculose cresceu durante a pandemia. Para ampliar as ações de atenção, tratamento e controle da doença no Brasil, é celebrado em 17 de novembro o Dia Nacional de Combate à Tuberculose. A especialista em Microbiologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Fabíola Castro, faz um alerta sobre o aumento das taxas de infecção e indica como prevenir e diagnosticar a infecção.
Segundo a microbiologista do CEUB, conhecer os sintomas, as formas de transmissão e as alternativas de tratamento é fundamental para minimizar os riscos relacionados à tuberculose. “O diagnóstico precoce ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente. Campanhas como esta são muito eficazes, pois geram um alerta na população”, frisa.
Fabíola Castro explica que a tuberculose evolui de forma lenta e que os infectados são transmissores em potencial. Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico e facilitando a rápida transmissão: “Além da tosse, a perda de peso rápida, sudorese noturna, febres baixas vespertinas, falta de ar e tosse com sangue podem ocorrer com o paciente infectado”.
Sobre o tratamento, a docente esclarece que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todo o acompanhamento ao paciente. “O surgimento dos bacilos resistentes exige o tratamento com drogas antimicrobianas. Desta forma, existe uma dificuldade de resposta e diversos efeitos colaterais – o que aumenta o tempo de tratamento e reduz as chances de cura”, explica.
Fabíola Castro acrescenta que a eficácia do tratamento depende da rapidez do diagnóstico e indica atendimento médico imediato caso haja suspeita da doença. “Existe a possibilidade de uma recuperação plena, sem sequelas, mas existe também o risco de ocasionar sequelas nos casos mais avançados da doença, quando o infectado apresenta graves lesões no pulmão e nos órgãos afetados”, arremata.
Sobre a Tuberculose
Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, a Tuberculose é também conhecida como “Bacilo de Koch”. De acordo com relatório publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 20ª posição entre os locais com maior incidência de transmissão. Em 2021, foram registrados 68.271 infectados no país. No mundo são registrados 8 milhões de novos casos da doença por ano e a taxa de letalidade é de quase 2 milhões de mortes.
Popularmente conhecida como uma infecção pulmonar, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outras partes do corpo, como gânglios, rins, ossos, intestinos e meninges. Os sintomas dessas outras formas podem surgir nos locais que a infecção está acontecendo.