Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, os líquidos inflamáveis, como o álcool, representam cerca de 20% de todas as queimaduras no Brasil. Por isso, para não transformar os momentos de alegria em situações dolorosas, Diogo Romariz Peixoto, médico responsável pelo Centro de Tratamento de Queimaduras do Pilar Hospital em Curitiba (PR) alerta que é preciso ter muito cuidado com seu uso, principalmente, quem se aventura nas churrasqueiras, acampamentos e luais. Essa época do ano é início da temporada das comemorações, Copa do Mundo e, com o tempo de chuvas dando uma trégua, o lazer ao ar livre em volta das fogueiras.
Outra recomendação é redobrar cuidados ao soltar foguetes, não usar fogos de artifício em ambientes fechados e não os apontar para pessoas ou janelas. “Importante também nunca transportar estes artefatos nos bolsos, pois se eles forem acionados certamente o acidente será bastante grave. O perigo dos fogos de artifício é indiscutível, além de queimaduras graves podem causar mutilação, cegueira e a até a morte, por isso, é preciso muita atenção e cautela ao manusear esses materiais”, avalia o médico.
O que fazer em caso de queimaduras leves – Conforme o especialista, em caso de acidente leve, a primeira orientação é colocar a área atingida em água corrente para aliviar a dor. “Água corrente até o atendimento médico alivia a dor e reduz a temperatura do local acometido cessando o processo da queimadura possibilitando reduzir a extensão e gravidade das lesões, mas em hipótese alguma utilizem pomadas ou qualquer outra substância sem orientação médica e procure imediatamente atendimento especializado”, orienta Peixoto.
As queimaduras de segundo e terceiro graus – As queimaduras de segundo grau são, por vezes, descritas como superficiais ou profundas. Já as de terceiro grau envolvem as três camadas da pele, atingindo, por vezes, também as glândulas sudoríparas, os folículos capilares e as extremidades nervosas.
Em caso de queimaduras, Peixoto explica que o primeiro passo é fazer a avaliação das lesões. Isso é fundamental para orientar as condutas a serem tomadas. “Nossa principal intenção é com a manutenção da vida. Assim, após os primeiros atendimentos relacionados à sobrevivência do paciente, começamos a etapa de examinar atentamente a área afetada, a profundidade das lesões, o agente causador das queimaduras e quais áreas corporais foram atingidas. Após, é possível estabelecer um tratamento no hospital ou em ambulatório com visitas frequentes, a depender das condições do paciente”, comenta o especialista.
Peixoto ressalta, ainda, que a tecnologia tem ajudado muito no tratamento de vítimas. “No Pilar Hospital, por exemplo, dispomos de diferentes modelos de câmara hiperbárica (multipaciente e monopaciente), que otimizam a cicatrização, auxiliam no combate às infecções e aceleram a plena recuperação dos pacientes. Além disso, o novo Centro de Tratamento de Queimados, implementado neste ano, está completamente integrado com área de Terapia Intensiva, além de contar com o atendimento de uma equipe multidisciplinar com cerca de 30 profissionais que atuam para a recuperação desses casos”, relata. “O nosso protocolo de tratamento foi ampliado para permitir atendimento completo. Muitos casos de queimaduras exigem longos períodos de internação e tratamento. Com acesso às câmaras hiperbáricas, principalmente com a chegada da versão monopaciente, na qual o paciente pode ficar sozinho e isolado, diminuímos as chances de infecção e sequelas. Aliado ao acesso a todos os tipos de curativos, oferecemos o que há de mais atual em termos de tecnologia, hotelaria adaptada e especializada, possibilitando maior conforto para aqueles que enfrentam o tratamento. Buscamos, além de um atendimento de qualidade, diminuir o uso de antibióticos e possibilitar a recuperação completa no menor tempo possível, de acordo com cada quadro”, completa Dr. Diogo.