A Polícia Federal (PF) investiga a possível participação de paranavaienses em crimes milionários de fraude bancária eletrônica. Na manhã de ontem (23), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Paranavaí, único município do Paraná a ser alcançado pela Operação Metaverso. Por enquanto, ninguém foi preso.
A Operação Metaverso é resultado da força-tarefa Tentáculos, coordenada pela Polícia Federal com a cooperação das instituições bancárias aderentes ao Acordo de Cooperação Técnica firmando com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com a PF, a ação representa um importante passo na repressão a esse tipo de crime.
Dentro da atuação conjunta, o Núcleo de Repressão a Fraudes Bancárias da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos iniciou investigação para apurar fraudes cometidas por meio da internet. Segundo a PF, R$ 18.500.000,00 foram transferidos para contas bancárias de empresas e pessoas físicas. Posteriormente, o valor serviu para a compra de criptomoedas, inclusive através de corretoras de outros países, a fim de dificultar a rastreabilidade.
A Polícia Federal identificou desvios de R$ 16.700.000,00 e R$ 1.800.000,00 através de uma sofisticada fraude realizada a partir da utilização da conta bancária de uma empresa sediada em Porto Velho (RO). Com acesso às contas bancárias das vítimas, os valores foram transferidos imediatamente para inúmeros destinatários, em diversas regiões do Brasil, um movimento claro para ocultar as vantagens financeiras obtidas na fraude.
Ainda de acordo com a PF, 30 pessoas físicas e jurídicas estariam envolvidas no esquema milionário, sendo que empresas foram abertas exclusivamente para a realização do desvio e imediatamente encerradas as atividades.
Em Rondônia, policiais federais do núcleo de análise da delegacia regional de combate ao crime organizado conduziram as investigações. A apuração começou em maio de 2020, após o recebimento do relatório produzido pela unidade central, com base em informações apresentadas pelas instituições bancárias vítimas da fraude. Os desvios teriam acontecido em 2019.
A 4ª Vara Criminal de Porto Velho, atendendo a representação da Polícia Federal, deferiu o pedido de busca e apreensão em 11 endereços vinculados aos investigados nos estados de Rondônia, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os investigados responderão, na medida de suas culpabilidades, por furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.