A menos de 10 dias do Natal, 45% dos brasileiros que moram na Região Sul vão reduzir suas compras no final do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. O percentual é um ponto menor do que o índice nacional, de 46%. Enquanto 45% dos sulistas e nortistas querem fazer menos compras, o percentual sobe um pouco na região Centro-Oeste (49%) e cai no Sudeste (43%).
Os dados estão apontados na edição mais recente da pesquisa Radar Febraban, divulgada nesta quinta-feira (15), que revela o balanço que a população brasileira faz do ano de 2022. O levantamento foi feito entre os dias 29 de novembro a 5 de dezembro, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País.
Mas nem todos os resultados da pesquisa Radar são negativos para a economia do país, que parece ter grandes expectativas para o próximo ano. Grande parte da população está muito satisfeita com a vida que leva e muitos avaliam que 2022 foi um ano que trouxe melhorias no campo pessoal. A Região Sul é aquela que concentra a população mais satisfeita, com 75% dos entrevistados afirmando estarem satisfeitos ou muito satisfeitos com suas vidas.
A análise dos segmentos sociodemográficos mostra, ainda, que os mais velhos estão mais satisfeitos com a vida que vêm levando do que os mais jovens (18 a 24 anos).
Junto com a Região Centro-Oeste, os estados do Sul são aqueles que mais perceberam uma evolução na situação do Brasil, afirmação de 42% dos entrevistados. Quando avaliam a situação do país em geral, a opinião de que o Brasil melhorou em 2022 no comparativo com 2021 é um pouco maior do que a percepção de piora.
No Sul, as áreas em que o Brasil teria mais tido problemas em 2022 são corrupção (13%); saúde (12%); e inflação e percepção no aumento do custo de vida (11%). Por outro lado, o país teria avançado em emprego e geração de renda para 24% dos moradores da região e infraestrutura para 21%.
Sulistas mais pessimistas com o futuro – Também foi divulgada nesta quinta-feira a pesquisa Observatório Febraban com expectativas dos brasileiros para o ano de 2023. Assim como no outro estudo, foram ouvidas 3 mil pessoas nas cinco regiões do País durante os dias 29 de novembro a 5 de dezembro.
Na Região Sul, 68% dos brasileiros acreditam que o próximo governo irá ter uma relação ótima ou boa com o STF (Supremo Tribunal Federal). O índice nacional ficou em 67%. Em relação aos movimentos sociais, a proporção ficou em 54% no Sul, menor índice do país, enquanto em 59% no dado nacional. Quando a pergunta foi sobre os bancos e o mercado financeiro, os percentuais ficaram 48% para ambos. No caso do Congresso Nacional, os índices ficaram em 38% e 40%, respectivamente, e para ambos em 37%, com relação ao empresariado.
Em geral, 41% esperam que o próximo governo seja ótimo ou bom contra o índice nacional de 46%. Para os sulistas, os setores que mais demandam atenção do Palácio do Planalto são os da educação (26%); saúde (18%); inflação e custo de vida, com 13% e empatando com corrupção; e desemprego, fome e miséria, todos com 11%.
Há uma expectativa de dificuldades para os primeiros seis meses de governo, com aumento do desemprego (37%); diminuição do poder de compra (42%) e aumento da inflação e do custo de vida, estas para mais da metade dos entrevistados (52%). 49% da população da Região Sul vê melhoria na situação geral do país.
Por outro lado, apenas 62% dos entrevistados da região afirmam ter expectativa de melhora na vida pessoal e familiar em 2023, o pior índice do país, que tem como média nacional 74%. Para estes, as áreas que mais devem melhorar são a saúde física (30%), e as finanças (29%). Já o sentimento de uma piora, de um modo geral, ficou em 18% contra o índice nacional de 10%.