SAMUEL FERNANDES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou nesta sexta (13) recomendações atualizadas para a Covid-19. Entre as indicações, o isolamento social daqueles com a doença foi o que teve maior alteração.
Importante meio para evitar o avanço do vírus, o isolamento social vem sendo uma medida preconizada desde o início da pandemia. A depender de sintomas e de testes, varia o período em que o paciente deve ficar sem contato com outras pessoas.
Antes das novas medidas, a OMS recomendava que, sem realizar novos testes após a confirmação da doença, uma pessoa com Covid-19 deveria ficar dez dias isolada a partir do início dos sintomas, com a adição de no mínimo outros três dias a partir da resolução de todos os sintomas. Agora, a organização não recomenda mais esses três dias adicionais.
Além disso, o órgão antes recomendava dez dias de isolamento para aqueles com testes com resultado positivo, mas sem nenhum sintoma da infecção. Com as novas alterações, o número foi reduzido para cinco dias.
As alterações foram baseadas em evidências.
No primeiro caso, a organização observou que pessoas liberadas no décimo dia a partir dos sintomas já contam com um risco de infectar outras pessoas três vezes menor do que aquelas com o fim do isolamento a partir do quinto dia.
Na segunda alteração, os especialistas observaram que o risco de alguém assintomático transmitir o vírus é menor comparado a quem tem sintomas.
No Brasil, as indicações têm algumas peculiaridades. Em janeiro de 2022, o Ministério da Saúde modificou o esquema de isolamento: desde então, para casos leves e moderados, a pessoa pode voltar à vida cotidiana a partir do sétimo dia sem apresentar febre ou sintomas respiratórios nas últimas 24 horas.
Se fizer um teste no quinto dia a partir dos sintomas e o resultado for negativo, além de não sentir mais sintomas nas últimas 24 horas, o paciente também já pode sair do isolamento. Se os sintomas persistirem, é necessário completar dez dias desde o início deles.
Máscaras e remédios As máscaras também fizeram parte da atualização nas recomendações da OMS. A organização continua indicando que ela seja utilizada por pessoas expostas recentemente à Covid-19, com suspeita da doença, e por indivíduos com maior risco ou em situações de aglomeração ou em ambientes fechados, sem muita ventilação.
A diferença é que, no novo guia, a OMS se baseia no cenário global da Covid-19 para determinar as indicações do uso de máscaras. Anteriormente, as recomendações partiam da situação epidemiológica local da doença, mas agora elas independem dessa questão “dada a atual disseminação da Covid-19 globalmente”.
Por último, a OMS alargou sua recomendação para o Paxlovid, antiviral fabricado pela Pfizer. A organização explicou que mulheres grávidas e lactantes com Covid leve ou moderada devem consultar seus médicos para uma possível indicação do remédio, considerando os benefícios que o antiviral pode proporcionar sem causar sérios efeitos colaterais.
No Brasil, o Paxlovid já está disponível na rede pública e privada. Em setembro de 2022, chegou o primeiro lote com 50 mil unidades do medicamento para ser utilizado na saúde pública. A Pfizer afirma que, até o final de janeiro, outra leva com a mesma quantidade deve chegar ao país.
Já nas farmácias, o remédio teve autorização para ser comercializado em novembro de 2022. Ele já está disponível em grandes redes, custando quase R$ 5.000 por cada caixa com 30 comprimidos.
Embora pesquisas concluíram pela eficácia do remédio, uma recente observou que, talvez, o antiviral tenha um efeito reduzido nas infecções causadas pela ômicron e suas subvariantes -são elas as responsáveis pela maior parte dos casos atuais de Covid-19.
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