RAFAEL REIS
DA UOL-FOLHAPRESS
O Flamengo é o Brasil no Mundial de Clubes. Mas Real Madrid, Al-Hilal e Seattle Sounders também são.
Afinal, o atual vencedor da Copa Libertadores da América pode até ser o representante oficial do futebol pentacampeão mundial no torneio da Fifa, que começou a ser disputado ontem, em Marrocos. Só que outras equipes de partes diferentes do globo também levarão a campo jogadores aptos a vestir a camisa amarelinha.
Além dos atletas que o Fla irá enviar para o norte da África, outros sete brasileiros estão na corrida para dar a seu clube o posto de melhor do planeta. O “Blog do Rafael Reis” apresenta abaixo cada um deles.
VINÍCIUS JÚNIOR – Atacante, 22 anos, Real Madrid (ESP).
Jogador brasileiro mais valorizado no cenário internacional na atualidade (tem preço estimado em 120 milhões de euros, ou R$ 666,7 milhões, de acordo com o “Transfermarkt”), o ponta esquerda pode viver no Marrocos a experiência inédita de enfrentar o clube onde começou a carreira. Vini é cria das categorias de base do Flamengo e foi negociado com o Real antes mesmo de completar 18 anos (no entanto, só pôde completar a transferência e se mudar para a Espanha depois que atingiu a maioridade). Na época, o negócio foi muito criticado pela imprensa espanhola por conta do alto valor depositado em alguém que era apenas uma aposta para o futuro. Atualmente, a situação é bem diferentes: os 45 milhões de euros (R$ 249,6 milhões) que os merengues gastaram para ter o camisa 20 são vistos como um dos melhores investimentos já feitos pelo clube.
RODRYGO – Atacante, 22 anos, Real Madrid (ESP).
O outro brasileiro da linha ofensiva do clube mais poderoso do futebol mundial tem uma história bastante semelhante à de Vini. Assim como o companheiro de ataque, Rodrygo também foi vendido para o Real ainda durante a adolescência (pelo Santos) e enfrentou bastante desconfiança até se firmar como um nome importante do elenco comandado por Carlo Ancelotti. Até o valor do negócio que o levou para o futebol espanhol foi o mesmo do compatriota. A diferença é que Rodrygo precisou ralar um pouco mais para virar titular. Apesar de ter tido participação decisiva na reta final da campanha do título da última Champions (brilhou nas semifinais contra o Manchester City, por exemplo), o brasileiro só começou a se firmar entre os 11 nesta temporada e, de vez em quando, ainda é deixado como opção para o segundo tempo.
ÉDER MILITÃO, Zagueiro, 25 anos, Real Madrid (ESP).
Lateral direito nos tempos em que começou a jogar profissionalmente no São Paulo, Militão se firmou como zagueiro no Porto, sua primeira equipe na Europa, onde ficou por apenas uma temporada. Foi esse o tempo necessário para chamar a atenção do Real e virar um pilar da reconstrução do sistema defensivo merengue. Em um primeiro momento, o brasileiro foi opção para a histórica dupla formada por Raphaël Varane e Sergio Ramos. Com o tempo (e a saída dos antigos titulares), ganhou um lugar na equipe titular e de lá não saiu mais, mesmo depois da contratação dos experientes David Alaba e Antonio Rüdiger para o setor.
MICHAEL, Atacante, 26 anos, Al-Hilal (ARA).
Outro ex-jogador do Flamengo que está na disputa do Mundial vestindo outra camisa, Michael foi atleta rubro-negro nas temporadas 2020 e 2021. Apesar de relativamente curta, a passagem pela Gávea rendeu nada menos que oito títulos, com direito a um troféu de campeão brasileiro. O atacante se mudou para a Arábia Saudita em janeiro do ano passado, costuma ser titular do Al-Hilal e também já conquistou o título nacional por lá. Mesmo assim, vive a expectativa de retornar ao Brasil depois do Mundial -o Palmeiras tem interesse em contratá-lo ainda nesta janela de transferências.
JOÃO PAULO, Meia, 31 anos, Seattle Sounders (EUA).
Um dos principais nomes do meio-campo dos Sounders, o ex-jogador de Internacional e Botafogo não disputa uma partida oficial desde a decisão da Concachampions, contra o Pumas, em maio. Na ocasião, o brasileiro sofreu uma ruptura de ligamento do joelho, precisou ser substituído ainda no primeiro tempo e, posteriormente, passou por uma cirurgia no local da lesão. Depois de quase nove meses de tratamento longe dos gramados, João Paulo está fisicamente pronto para ajudar a equipe dos Estados Unidos a fazer bonito em sua edição de estreia no Mundial.
HÉBER, Atacante, 31 anos, Seattle Sounders (EUA).
Principal reforço do Seattle para a nova temporada, o atacante passou os últimos quatro anos no New York City e marcou 30 gols em 90 partidas pela equipe norte-americana do Grupo City. Em seu novo time, Héber deve servir para reduzir a minutagem do veterano colombiano Fredy Montero, ídolo histórico da franquia, mas que já tem 35 anos e dá indícios claros de declínio físico. O agora centroavante dos Sounders é um daqueles ciganos da bola e também já jogou na Armênia e na Croácia. No Brasil, os clubes mais importantes que defendeu foram Figueirense, Avaí e Paysandu.
LÉO CHÚ, Atacante, 22 anos, Seattle Sounders (EUA).
O caçula do trio de brasileiros dos Sounders é gaúcho e começou a carreira no Grêmio, ainda que não tenha tido tantas oportunidades assim no seu time de origem. Léo Chú teve uma passagem de destaque pelo Ceará, clube ao qual foi emprestado em 2020 e no qual se destacou especialmente pela quantidade de passes para gol dados a seus companheiros. Sem conseguir se firmar depois do retorno ao Grêmio, foi negociado com a MLS (Major League Soccer). O camisa 23 ainda não conseguiu “explodir” em Seattle e normalmente é utilizado pelo técnico Brian Schmetzer apenas nos minutos finais das partidas.