Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), em parceria com a Academia Brasileira de Neurologia e o Conselho Regional de Medicina, indicou que cerca de 42% dos acidentes de trânsito no país estão relacionados ao sono.1
A privação de sono lentifica as reações a estímulos, diminui a acurácia de resposta e leva a longos lapsos de atenção de acordo com o estudo conduzido pela AAA Foundation for Traffic Safety. Um estudo americano identificou que o risco de colisões aumenta de maneira inversamente proporcional à quantidade de horas de sono entre os motoristas. Períodos de sono entre 6 e 7 horas levaram a uma taxa de risco de acidentes de 0,3 vezes maior em relação a indivíduos que dormiram ao menos 7 horas nas 24 horas anteriores, podendo chegar a 10,5 vezes mais em períodos de sono inferiores a 4 horas. 2
Muitos fatores responsáveis por afetar o sono e gerar insônia são comumente conhecidos. Porém, entre eles, está também a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), um distúrbio ainda pouco conhecido pela maioria da população no qual os músculos da garganta relaxam a ponto de entrar em colapso, restringindo o fluxo de ar, o que faz com que a respiração se torne superficial e até pare por segundos ou minutos, privando o corpo e o cérebro de oxigênio.3 Mesmo que os despertares sejam geralmente muito curtos, eles fragmentam e interrompem o ciclo do sono. Essa fragmentação do sono pode causar níveis significativos de fadiga e sonolência diurna4, o que pode causar inúmeros prejuízos à pessoa e à sociedade, como o aumento do risco de acidentes de trânsito.5
Segundo o Doutor Geraldo Lorenzi Filho, médico e professor associado da Faculdade de Medicina da USP e diretor do laboratório do sono do InCor: “existem evidências cientificas claras de que, como a AOS causa sonolência, pode gerar desconcentração e ocasionar acidentes automobilísticos”.5 Ele afirma que o reconhecimento da apneia e o tratamento adequado com CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) levam à melhor qualidade do sono e de vida e como consequência diminuem os riscos de acidentes.5 “A sonolência e a direção formam uma mistura muito perigosa porque o sono vai se instalando aos poucos e a pessoa não percebe. Como dirigir já faz parte da rotina de muitos, o indivíduo pode não se dar conta de que está sonolento ao volante”, declara o médico.
Alguns sinais que podem indicar a presença do distúrbio são: ronco, cansaço diurno constante, dificuldade de concentração, dores de cabeça matinais, humor depressivo, falta de energia, esquecimento ou hábito constante de acordar para ir ao banheiro.6
Uma vez que a apneia seja diagnosticada, o tratamento mais comumente indicado é o uso de CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas).7 No Brasil, o tratamento para apneia pode ser realizado com equipamentos ResMed, líder mundial de soluções para o tratamento da doença. Pacientes podem acompanhar sua própria terapia com CPAP por um aplicativo gratuito e fácil de usar, chamado myAir™. O app fornece uma pontuação diária sobre como a pessoa dormiu e inclui vídeos e informações personalizadas de treinamento com base nos dados de terapia, o que melhora ainda mais a adesão ao tratamento.8
Referências:
- Disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/mais-de-40-dos-acidentes-de-transito-acontece-por-sonolencia-afirma-a-abramet/
Foundation for Traffic Safety.2016. https://aaafoundation.org/acute-sleep-deprivation-risk-motor-vehicle-crash-involvement/
Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS). Disponível em: http://www.abmsono.org/saos.html#:~:text=A%20Apneia%20Obstrutiva%20do%20Sono,oxig%C3%AAnio%20sangu%C3%ADneo%20e%20despertares%20frequentes
Vida Saudável – Einstein. 2021. Disponível em: https://vidasaudavel.einstein.br/apneia-obstrutiva-do-sono-principais-informacoes/
Tregear S e cols, Sleep 2010. 33(10):1373-80. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21061860/
Disponível em: https://www.resmed.com.br/apneia/home
AASM Clinical Practice Guidelines. Treatment of OSA with PAP. J Clin. Sleep Med. 2019; 15(2):335-43.
Malhotra A, et al. Chest, 2018. Disponível em: https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(17)33073-8/fulltext .