A poesia não é feita apenas de textos românticos carregados de sentimentos e subjetividades. Ela também é um espaço de protesto, utilizado para combater dilemas e paradigmas dos leitores e da sociedade. Os versos de muitos autores contemporâneos, por exemplo, evidenciam temas como as desigualdades de gênero, o patriarcalismo, o conservadorismo e as contradições internas.
Neste Dia Mundial da Poesia, celebrado em 21 de março, conheça quatro livros poéticos de escritores brasileiros para aprofundar conhecimentos e ampliar visões de mundo:
“Vozes de mulher”, de Marília Marcucci
Este livro foi a maneira que a escritora Marília Marcucci encontrou de promover a emancipação feminina. Nos poemas, ela trata sobre os sentimentos e as opiniões das mulheres, em seus mais diversos contextos. Aborda a relação com as redes sociais, os conflitos da maternidade, o aborto e as diferenças de gênero. Feita somente por profissionais femininas, a obra incentiva a coragem e a sororidade.
(Onde encontrar: Site da autora)
“A Casa Cósmica”, de Gustavo Malagigi
Gustavo Malagigi criou um eu lírico chamado “Poeta Vagabundo” para traçar críticas ácidas e irônicas sobre a realidade brasileira. Entre poemas, contos e crônicas, a voz opina sobre política, religião e conservadorismo, sempre desafiando o senso comum. A principal inspiração do autor é Gregório de Matos, um dos maiores poetas do movimento barroco e que ficou conhecido como “Boca do Inferno” por evidenciar o moralismo e a corrupção de sua época.
(Onde encontrar: Amazon)
“O Grande Pacto”, de Aline Souza
Os textos de Aline Souza são uma espécie de convite às mulheres refletirem sobre seu papel na luta contra o patriarcalismo. Através dos poemas e dos contos em O Grande Pacto, a jornalista e especialista na produção de conteúdo sobre gênero compartilha sentimentos e vivências íntimas, que são comuns a outras mulheres. Atravessa, por exemplo, temas como o amor, a sexualidade, a infância e o mercado de trabalho.
(Onde encontrar: Caravana Grupo Editorial)
“Sentinela”, de Jefferson Silva
A poesia deve estar sempre estruturada em versos? O autor baiano Jefferson Silva mostra que não. Com Sentinela, ele leva para a prosa todas as características fundamentais da escrita poética, como o ritmo e a estética. Influenciado pelo realismo mágico, ele também cria um vocabulário próprio para descrever os personagens e o ambiente. No enredo, um vaga-lume tem o trabalho de iluminar a floresta, mas fica apavorado com a escuridão. É, assim, uma referência às pessoas que têm medo de encarar as próprias sombras.
(Onde encontrar: Amazon)