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RELIGIÃO

Beber da Fonte

Jesus era amigo de Lázaro… Jo 11,3-45

 

A comunidade joanina estava passando por um momento muito difícil. Os cristãos estavam sendo perseguidos, torturados e alguns foram mortos. Outros abandonaram a comunidade. Diante dessa situação, eles relembram a história da família de Lázaro, Marta e Maria, da comunidade de Betânia, que significa “casa do pobre”. Nessa comunidade encontramos Lázaro, cujo nome significa “Deus que ajuda”, aquele que não abandona; Maria, aquela que é muito “amada” por Deus; e Marta; “a dona de casa”, mulher sensível e acolhedora. A comunidade era formada por pobres, preferidos e amados por Deus; de pessoas que acolhem, amam e servem uns aos outros. Essa vivência é muito importante para resistir às perseguições.

A ressurreição de Lázaro é o último dos sete sinais e, ao mesmo tempo, o ponto alto da prática libertadora de Jesus. De fato, a ação de Jesus é libertar de tudo o que oprime o ser humano. E no sétimo sinal ele liberta Lázaro da morte, vencendo uma barreira que parecia insuperável. Sendo o último dos sinais realizados por Jesus, a ressurreição de Lázaro aponta desde já para a segunda parte do evangelho, ou seja, para o Grande Sinal: a própria morte e ressurreição de Jesus. O episódio da ressurreição de Lázaro inicia mostrando a sintonia que reina entre Jesus e a comunidade dos que nele acreditam, representada por Lázaro, Marta e Maria. De fato, esses três irmãos representam a comunidade do Discípulo Amado e as comunidades que aderem a Jesus em todos os tempos. O clima que caracteriza essas comunidades é a fraternidade. É por isso que o episódio insiste nas palavras irmão\irmã – amigo. Jesus ama essas comunidades com um amor capaz de chegar ao que parece humanamente impossível: superar a própria morte. Entre Jesus e as comunidades circula um amor recíproco. Várias vezes se fala que Jesus ama Lázaro, Maria e Marta, e o próprio Jesus chama Lázaro de amigo.

Lc 8,40-53 – Jairo um chefe da sinagoga pedindo-lhe que socorra a filha, uma menina de 12 anos.    Lc 7,11-17 – Durante a sua viagem, Jesus se aproximou de uma cidade chamada Naim. No momento em que entra nela, sai um cortejo fúnebre – o morto é o único filho de sua mãe, uma viúva. A dor desta é sentida pelo Senhor, que fala: “Não chores!”

Jo 11,       “O nosso amigo Lázaro está a dormir, mas Eu vou lá para o despertar”. Quando chegam a Betânia, o morto já está no túmulo. Na casa, um agitado vaivém; amigos e curiosos visitam as irmãs do defunto. Elas cheias de dor acolhem o Mestre e Amigo com estas palavras: “Se cá estivesses, Senhor não teria morrido meu irmão!” Ele teve um frêmito “em sua alma e perturbou-se”. Dirige-se ao túmulo e começa a soluçar.

As circunstâncias são diversas. Da primeira vez, encontra na estrada, o cortejo. Depois é o pai da criança que O vem buscar. Quanto a Lázaro, parece ver em espírito o que lhe aconteceu… Na borda do lago, é uma criança que morre; em Naim um jovem; em Betânia, Lázaro, um homem – como se a morte se mostrasse cada vez mais forte, colhendo vidas sempre mais maduras. E também como se a morte se realizasse cada vez mais profundamente: a criança mal acaba de morrer, o jovem está sendo levado ao cemitério, e Lázaro está desde alguns dias no túmulo. As circunstâncias são assim diferentes a vários títulos; mas o essencial subsiste da mesma maneira em todas: Cristo chama o Espírito que voltara à pátria para a existência terrestre. Renova a vida extinta. A existência interrompida recomeça. Os pais da criança não realizaram ainda inteiramente que ela morreu, a mãe do jovem demais o sabe; na casa de Lázaro, há muito reina o frio vazio da morte – mas de cada vez o inacreditável se consuma, uma existência que chegara ao seu termo, reinicia-se.

Mas enquanto a intervenção de Jesus tem em Naim, o caráter de um serviço fácil feito de passagem; enquanto em casa de Jairo, é íntima, secreta, recompensa da confiança, ela é pública em Betânia.

Jesus vai então ao túmulo; “freme em espírito” duas vezes e realiza a ressurreição de Lázaro no meio de uma emoção intensa. Vê a sua própria morte na morte do amigo. O brado que o faz voltar à vida é pronunciado com uma voz poderosa e faz-nos pensar no grito forte que lançará uma outra vez na cruz (Mt 27,46). Aqui, na luta para fazer o seu amigo regressar à vida, Cristo combate com a própria morte e antecipa a vitória da sua própria ressurreição. Jesus é tocado por um destino humano. O sofrimento humano vem até Ele, o de um pai e de uma mãe, o de duas irmãs sós. Apresenta-se a Ele a imagem de uma existência destruída pela morte misteriosa. É dito como este espetáculo o emociona. Penetra neste destino e ordena em função dele o devir do mundo. Por um curto instante, graças ao amor do Salvador, o coração humano forma o centro determinante do devir do mundo.

A comunidade, na pessoa de Marta, é chamada a crescer na fé, a superar a crença na ressurreição no último dia (11,24) e a acreditar que Jesus não é apenas alguém que faz milagres (11,22), mas é a ressurreição e a vida (11,25). Para ser discípulo, e preciso superar as crenças antigas. A comunidade faz o seu ato de fé: “Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo”. (11,27).

Frei Filomeno dos Santos O.Carm.

 

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