DA FOLHAPRESS
A vacinação contra o vírus influenza, causador da gripe, está prevista para ter início na primeira quinzena de abril no país, exceto nos estados do Norte, onde o esquema será antecipado.
Segundo o Ministério da Saúde, além de ter mais áreas de difícil acesso, a região Norte enfrentará a partir de abril um período de chuvas intenso e aumento de casos de gripe.
A reportagem questionou as secretarias de saúde desses estados sobre o início da campanha. No Amapá, Amazonas e Pará as doses já chegaram. Cada município definirá a sua data de começo da vacinação.
O Tocantins também recebeu as vacinas. A data prevista para início do esquema é 30 de março.
A Secretaria de Saúde de Roraima disse que aguarda o envio de novas doses de vacinas contra a gripe do Ministério da Saúde, o que deve ocorrer nesta semana.
O Acre aguarda a chegada de 50 mil doses nesta semana e de 25 mil a cada 15 dias.
O Governo de Rondônia disse, em nota, já recebeu o quantitativo necessário de vacinas contra a gripe e que a aplicação terá início nesta semana, conforme estratégias dos municípios.
Especialmente os grupos de risco, que têm o risco maior de apresentarem casos graves. São eles crianças abaixo de cinco anos, gestantes e puérperas, adultos acima de 60 anos e indivíduos com doenças crônicas, especialmente as cardiorrespiratórias, obesidade, diabetes, além de imunossuprimidos.
Crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes e puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, maiores de 60 anos, professores de escolas públicas e privadas, doentes crônicos, pessoas com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento, integrantes das forças armadas, caminhoneiros e caminhoneiras, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Uma característica do vírus é a mutação. As vacinas são preparadas para a sazonalidade do ano posterior. Coletam-se os vírus que mais circularam no ano anterior. Os dados em relação a eles são enviados à OMS (Organização Mundial da Saúde), que emite uma nota aos laboratórios produtores dizendo quais cepas deverão constar no hemisfério sul.
No SUS (Sistema Único de Saúde), os imunizantes são trivalentes, produzidos pelo Instituto Butantan. A vacina ofertada neste ano é composta de duas cepas do influenza A e uma do B.
Para as clínicas privadas brasileiras, a novidade neste ano é a vacina Efluelda, voltada ao público com mais de 60 anos. O imunizante, com chegada prevista para abril, é quadrivalente com alta concentração de antígenos e proporciona uma eficácia relativa de 24,2% a mais na proteção da população idosa, se comparada à vacina de dose padrão.
No mínimo de 7 a 10 dias, mas a produção maior de anticorpos ocorre com quatro semanas. Quando aumentar a circulação do vírus, o sistema de defesa já está blindado.
Sim. A vacina da gripe pode ser tomada com qualquer outra vacina do calendário de imunização.
Em até 10% dos casos pode ocorrer dor no local da aplicação, vermelhidão e enrijecimento da pele. Abaixo de 3% existem as manifestações sistêmicas, como febre baixa, sensação de cansaço, dor muscular, dor de cabeça. Todas as reações terminam em torno de 48 a 62 horas. Se persistirem, é recomendável procurar um serviço de saúde.
Há contraindicações? A pessoa deverá observar se tem alergia aos princípios da vacina. Os alérgicos a ovo poderão receber a vacina, inclusive com histórico de anafilaxia. A alergia a ovo não é mais considerada contraindicação e nem precaução para uso da vacina contra o vírus influenza. A orientação é que a vacina seja aplicada num serviço hospitalar, pois, se o paciente desenvolver o quadro alérgico, será possível revertê-lo.
Não. Se houver suspeita de qualquer infecção, a vacina deverá ser aplicada de 48 a 72 horas após a melhora do quadro.
Não. A vacina é feita com vírus inativado. Há duas confusões comuns: a pessoa tomar a vacina, desenvolver reação adversa e achar que foi gripe; ou já estar infectada com qualquer vírus ou bactéria quando se vacinar.
Fontes: Melissa Palmieri, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações Regional São Paulo e médica da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, e Ministério da Saúde.