SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após uma troca de etiquetas nas malas, a viagem de Kátyna Baía, 44, que embarcou para a Europa com a esposa, Jeanne Paolini, 40, virou mais de um mês de prisão. Elas foram detidas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, sob a acusação de levar 40 kg de cocaína divididos em duas bagagens.
O caso virou alvo da Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que prendeu, na semana passada, seis suspeitos de participarem do esquema que muda a identificação de malas para enviar drogas ao exterior.
Kátyna e Jeanne deixaram a prisão nesta terça (11), após um pedido do Ministério Público alemão, e se reuniram com a família na Alemanha.
Veja o que se sabe a seguir.
COMO OCORREU A TROCA DE ETIQUETAS?
Segundo a Polícia Federal de Goiás, as malas de Kátyna e Jeanne foram conferidas e separadas da esteira, em uma área restrita, por dois funcionários. Eles retiraram a identificação, deixando apenas uma etiqueta com o peso das bagagens.
Na área de bagagens de viagens internacionais, um funcionário colocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne nas bagagens com drogas, aproveitando-se de um ponto cego nas câmeras. Todas as malas seguiram no voo para a Alemanha.
DE ONDE VIERAM AS MALAS COM AS DROGAS?
Duas mulheres chegaram ao aeroporto e entregaram as malas com cocaína a uma funcionária da Gol em um dos guichês, que admitiu fazer parte do esquema, segundo a TV Globo. A dupla deixou o aeroporto minutos depois.
A funcionária, segundo a emissora, é a pessoa que enviou as malas com droga para a área das bagagens. Procurada pela reportagem, a companhia aérea disse que está à disposição das autoridades e que vai esperar a conclusão da investigação.
COMO ESSAS MALAS CHEGARAM A FRANKFURT?
As malas com droga entraram na seção de bagagens de embarque doméstico, para evitar a fiscalização com raio X. De acordo com a PF, os itens foram, em seguida, desviados em um veículo para o terminal de voos internacionais.
O casal foi preso em 5 de março, no aeroporto de Frankfurt, antes de ter contato com as bagagens.
QUEM SÃO OS PRESOS ENVOLVIDOS NO ESQUEMA?
Ao todo seis pessoas foram presas. Todos, segundo o delegado Bruno Gama, responsável na Polícia Federal de Goiás pela investigação, são de uma empresa terceirizada do aeroporto de Guarulhos (SP).
O QUE DIZEM O AEROPORTO DE GUARULHOS E A COMPANHIA AÉREA?
A GRU Airport, que administra o aeroporto de Guarulhos, disse que a responsabilidade das bagagens, do guichê à aeronave, é das companhias aéreas. Disse que a informação sobre os funcionários presos, que segundo a PF eram terceirizados de Guarulhos, cabia à Polícia Federal.
A Latam, companhia responsável pelo voo de Kátyna e Jeanne, disse que acompanha o caso e colabora com as investigações.
OUTROS CASOS
A Polícia Federal disse que a organização tem mais integrantes do que os seis detidos no caso das bagagens de Kátyna e Jeanne. Um dia antes de elas embarcarem, duas pessoas foram presas em Paris, na França, ao receberem bagagem com droga despachada em Goiânia, com identificação trocada em Guarulhos.
O caso de Paris, segundo a Polícia Federal de Goiás, executado da mesma forma no dia anterior, com a troca de etiquetas, reforça a inocência de Kátyna e Jeanne.
Segundo ele, as diferenças nas malas também são provas importantes. “As bagagens remetidas por elas aqui em Goiânia eram diferentes das apreendidas na Alemanha em cor e peso”, afirmou o delegado Gama, em coletiva na segunda-feira (10).
Venha nos visitar
Av. Paraná, 1100 - Jardim América - Paranavaí - PR
CEP 87705-190
Fale com a Recepção: (44) 3421-4050