FÁBIO ZANINI
DA FOLHAPRESS
Cotado para relatar a CPMI de 8 de janeiro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) avalia nem sequer participar do colegiado.
Seu nome foi aventado em função de sua atuação na CPI da Covid, na qual fez oposição ferrenha ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na ocasião, os trabalhos tiveram grande exposição midiática, já que as pessoas estavam isoladas em casa devido à pandemia.
Além disso, como a oposição à época (atualmente governo) conseguiu maioria, o comando da comissão teve mais facilidade em conduzir os trabalhos e aprovar o relatório final.
Sobre a CPMI de 8 de janeiro, no entanto, a avaliação no entorno do senador é de que ela corre o risco de cair em descrédito logo no início.
Isso porque deve ser o principal palco para a atuação dos bolsonaristas mais radicais, que devem aproveitar o espaço para produzir conteúdos para redes sociais, privilegiando a guerra de narrativas.
Soma-se a isso o fato de que as investigações conduzidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) já estão bem adiantadas, o que faz o colegiado chegar atrasado e com poucas chances de trazer novidades.
Pesa ainda a influência que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve ter sobre os deputados indicados. Lira e Renan são rivais em Alagoas.
Aliados do senador, no entanto, afirmam que o martelo ainda não está batido e que a decisão só deve ser tomada a partir da próxima semana.