O estágio é um grande sonho para a maioria dos jovens no Brasil. Afinal, trata-se de uma enorme chance para ingressar no mercado de trabalho. Os estudantes vivem o cotidiano da sua futura profissão, inseridos no ambiente corporativo e colocam em prática todo o aprendizado da sala de aula. Sendo assim, essa experiência é fundamental para a sequência da carreira.
Um bom momento para buscar uma vaga – Mais um semestre letivo está chegando ao fim e, juntamente com isso, um momento de alta nas oportunidades. Por que isso acontece? Justamente pelo fato de muitos contratos se aproximarem do encerramento e, assim, as empresas devem decidir pela efetivação ou liberação dos estagiários. Dessa forma, abrem-se lacunas nos quadros para novos integrantes.
Outro motivo para essa grande movimentação é pelo fato de muitos alunos concluírem os estudos. Afinal, de acordo com a Lei 11.788/2008, para exercer essa função é preciso estar matriculado e frequentando regularmente algum curso de ensino superior, médio, profissional, especial ou dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos – EJA. Segundo o último censo Inep/MEC, existem mais de 17,4 milhões de pessoas aptas a esse posto, mas apenas 900 mil, pouco mais de 5%, têm esse privilégio. Quem faz pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado também têm essa possibilidade. Para isso acontecer, basta constar no projeto pedagógico.
Essas determinações são feitas para incentivar a educação e a inserção dessas pessoas no mundo empresarial. Por isso, existem diversas particularidades para essa modalidade, diferenciando-a da CLT. O objetivo é a preparação para o trabalho produtivo, aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a contextualização curricular.
Outra característica nesse sentido é a carga horária. Ela é limitada em seis horas diárias e 30h semanais. Horas extras não são permitidas. Assim, possibilita ao aluno conciliar os estudos e a prática organizacional. Em época de provas, esse tempo pode ser reduzido pela metade. Para isso, a instituição de ensino deve enviar o calendário para a contratante no início do período letivo. Contudo, isso pode gerar descontos no final do mês. A cada 12 meses na corporação, esse membro tem direito a 30 dias de recesso remunerado (ou proporcional). Aqui, aconselho a conciliar esse momento com as férias escolares. Assim, é possível um descanso completo, aproveitar com familiares e amigos ou tirar do papel algum projeto pessoal.
Existem outros benefícios, como a bolsa-auxílio. Ela não tem um valor pré-determinado e é definida pela corporação. Entretanto, é aconselhável um número compatível com o custo de vida no local, os requisitos exigidos e as tarefas a serem realizadas. Afinal, esse dinheiro, muitas vezes, é utilizado para arcar com gastos estudantis, ajudar nas contas de casa ou sustentar uma família. Caso a remuneração ultrapasse a faixa de isenção da Tabela do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), um desconto na fonte pode ocorrer. Dessa forma, aumenta a possibilidade de conseguir um grande talento.
Caso tenha a necessidade de deslocamento, também é ofertado o auxílio-transporte. Quanto ao home office, por exemplo, não existe essa obrigatoriedade. Aliás, essa é uma ótima opção para todos os envolvidos. Afinal, moradores de cidades pequenas podem atuar em grandes metrópoles e os contratantes ganham um leque maior de candidatos para encontrar o perfil ideal para sua vaga. Nesse caso, é interessante proporcionar um auxílio home office ou equipamentos de qualidade para o indivíduo otimizar seu rendimento, evoluir cada dia mais e entregar bons resultados. Outras recompensas podem ser disponibilizadas, como vale-refeição, bonificações, sorteios, folgas, entre outros. Isso fica a critério da organização para motivar sua equipe.
Entretanto, quem está apto a efetuar esse tipo de contratação? De acordo com a legislação, pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização, podem oferecer essas admissões. Portanto, médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos e advogados, por exemplo, têm essa possibilidade.
Como se destacar em um processo seletivo? No cotidiano, vejo vários jovens com dúvidas sobre os processos seletivos. Em geral, querem saber como ganhar destaque perante os demais candidatos. Por isso, trouxe algumas questões relevantes para serem levadas em consideração nesse processo de preparação.
- Saber quem você é:
É essencial saber quais são seus objetivos, propósito e valores. Assim, fica mais fácil de indicar os pontos positivos com segurança durante a narrativa de suas experiências, além de deixar claro a capacidade de superar os aspectos negativos. Logo, será mais honesto nas respostas e terá firmeza para se posicionar diante dos questionamentos da seleção.
- Pesquisar sobre a empresa:
É interessante demonstrar conhecimento a respeito do negócio. Pesquisar sobre a companhia, entender como ela atua, o perfil dos clientes e os objetivos no mercado, são ações fundamentais.
- Estar atento aos sinais do entrevistador:
Observar sempre a linguagem verbal e não verbal do interlocutor é primordial. O importante é manter a postura e se adequar ao ritmo da conversa. É determinante prestar atenção no linguajar e se atentar às perguntas feitas para não se perder e fugir do tema.
- Ser pontual:
É preciso estar preparado no horário agendado. Caso a entrevista seja on-line, é imprescindível testar os equipamentos com antecedência e conectar-se alguns minutos antes do programado. Manter o celular desligado e desativar as notificações do notebook impedem intervenções externas e o desvio de foco.
- Mostrar sabedoria:
A busca por conhecimento é uma característica das pessoas inteligentes. Vale a pena investir tempo em cursos formais, palestras, atividades extras e leitura. Afinal, um candidato com repertório sempre se destaca dos demais. Estar por dentro dos assuntos em alta no momento também ajuda no caso de uma redação, por exemplo.
- Treinar para o diálogo:
Pode ser feito um estudo sobre as perguntas feitas com maior frequência e estruturar as respostas. Muita gente costuma treinar na frente do espelho para vencer a timidez ou ver na Internet quais questões são mais comuns e os testes aplicados. No entanto, vale ressaltar: não tem como saber exatamente quais palavras o recrutador deseja ouvir. Por isso, ir com um roteiro na cabeça não é uma boa estratégia.
Portanto, abra as portas do seu negócio para os jovens talentos espalhados por todo o Brasil. Eles estão cheios de vontade de aprender e mostrar seu potencial ao mundo. Você estará ajudando a economia, a educação e construindo um futuro melhor para o nosso país. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres