DA UOL/FOLHAPRESS
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu uma investigação nesta segunda-feira (15) para apurar um caso de homofobia durante o clássico entre Corinthians e São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro.
O Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância) irá conduzir a investigação sobre o episódio. O órgão atua na identificação, prevenção e repressão de delitos de intolerância, preconceito e discriminação contra pessoas ou grupos, incluindo a homofobia.
O árbitro Bruno Arleu de Araújo interrompeu o clássico no Itaquerão devido aos cânticos preconceituosos entoados pela torcida do Corinthians. Esse incidente no segundo tempo foi registrado na súmula do jogo, que deve ser enviada ao STJD pela CBF.
Antes mesmo do início do jogo, cânticos com teor discriminatório foram entoados em momentos distintos da partida. Aos 17 minutos do segundo tempo, o jogo foi interrompido por esse motivo e retomado cerca de quatro minutos depois.
Conforme previsto no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que versa sobre atos discriminatórios relacionados a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, é provável que o incidente deste domingo seja enquadrado. A sanção prevista para essa infração consiste na perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, em caso de reincidência, na perda do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição.
O clube alvinegro deve ser denunciado, segundo o procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ronaldo Piacente, ele disse nesta segunda-feira, que pretende denunciar o clube pelos cânticos homofóbicos que foram registrados durante o clássico, disputado no último domingo em Itaquera, pelo Brasileirão, durante entrevista ao GE. Até o momento, não há uma data definida para o julgamento.
“Informo que aos 18 minutos do 2 tempo paralisei a partida por 2 minutos devido gritos homofóbicos da torcida ‘Vamos, Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar’, sendo informado no som e no telão do estádio para que os gritos cessassem, mesmo assim, a torcida continuou gritando efusivamente e, após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada. Fato esse comunicado ao delegado da partida e ao chefe do policiamento”, disse Bruno Arleu na súmula do jogo.