REINALDO SILVA
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A principal via de Paranavaí é também a que concentra o maior número de acidentes de trânsito. De janeiro a setembro deste ano, foram 72 ocorrências na Avenida Deputado Heitor Alencar Furtado, 16% a mais do que no mesmo período de 2020, com 62 casos. Um levantamento feito pelo 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM) aponta os lugares mais perigosos dentro do perímetro urbano, os tipos de registros mais comuns e os números de pessoas feridas e óbitos.
Os dados são baseados na quantidade de boletins de ocorrência confeccionados por policiais militares e mostram que a Avenida Presidente Tancredo Neves ocupou, nestes dois anos, a segunda posição entre as vias com mais acidentes. No período de janeiro a setembro de 2021, a PM contabilizou 23 registros, um a menos do que nos meses equivalentes de 2020.
A partir do comparativo, é possível observar a mudança de comportamento dos condutores de veículos e dos pedestres na Avenida Paraná. Nos nove primeiros meses do ano passado, foram apenas cinco boletins de ocorrência, mas o número subiu para 16 no mesmo período deste ano, e agora a via central da cidade é a terceira da lista. Em 2020, a Avenida Distrito Federal foi a número três, com 15 acidentes de trânsito.
Conforme consta no levantamento do 8º BPM, o período de janeiro a setembro de 2020 foi marcado por 343 boletins de ocorrência em Paranavaí, com 374 feridos e dois óbitos. Já neste ano, o número de acidentes subiu para 394, a quantidade de pessoas feridas caiu para 156 e houve uma morte.
Tipos de acidentes – Nos dois períodos analisados, as colisões transversais foram as mais comuns. São os casos em que a parte de frente de um veículo se choca com a lateral do outro. Essa situação foi identificada em 151 boletins de ocorrência da PM em 2020 e 153 este ano.
No dia 22 de agosto deste ano, câmeras de monitoramento registraram um exemplo de colisão transversal. O condutor de um automóvel trafegava pela Rua Getúlio Vargas, no Centro, quando colidiu com uma motocicleta. O acidente resultou em danos nos dois veículos e as ocupantes da motocicleta (20 e 15 anos) tiveram ferimentos graves e foram levadas para a Santa Casa de Paranavaí.
Ao longo de 2021, os atendimentos do 8º Batalhão de Polícia Militar em Paranavaí também incluíram 48 colisões traseiras, 48 choques, 47 abalroamentos laterais, 23 quedas de moto, 23 atropelamentos, 21 colisões frontais, 13 acidentes complexos, 12 classificados como não identificados, três capotamentos, um atropelamento de animal, um engavetamento e uma queda de passageiro.
Para comparar, de janeiro a setembro de 2020 foram registrados 46 abalroamentos laterais, 35 choques, 32 quedas de moto, 27 colisões traseiras, 15 acidentes complexos, 11 colisões frontais, 10 atropelamentos, seis atropelamentos de animais, cinco não identificados, um capotamento, um engavetamento, uma queda de passageiro, uma queda de veículo e um tombamento.
Causas – Em recente entrevista ao Diário do Noroeste, o secretário municipal de Patrimônio Público e Trânsito, Jeferson Luiz Cattelan, disse que a maioria dos acidentes é provocada por excesso de velocidade, embriaguez ao volante e desatenção. Citou o uso de telefones celulares como uma das principais distrações dos condutores de veículos.
A avaliação do secretário é que casos de descumprimento das leis de trânsito são comuns. Além da alta velocidade, há quem dirija o carro sem cinto de segurança ou pilote a moto sem capacete. A Avenida Paraná é o ponto mais crítico, especialmente nos finais de semana. Mas também são frequentes os flagrantes de imprudência nos jardins Morumbi e São Jorge e na Vila Operária, para citar alguns bairros.
Cattelan chamou a atenção para a necessidade de utilizar corretamente a faixa de pedestres e evitar atropelamentos. Quem está a pé tem preferência na hora de atravessar a rua, desde que ande sobre a sinalização. Mesmo assim, é preciso olhar atentamente e verificar se a travessia é segura.
Em outubro – Apesar de não estarem incluídos no levantamento da Polícia Militar, dois casos recentes de acidentes de trânsitos foram emblemáticos. No dia 1º de outubro, uma idosa de 77 anos foi atropelada no Jardim Aeroporto e precisou ser levada para a Santa Casa de Paranavaí em estado gravíssimo. Morreu horas depois. A condutora do carro fugiu do local sem prestar socorro e quando a equipe do 8º BPM chegou a local, o veículo estava sendo conduzido por outra pessoa.
Dias depois, em 10 de outubro, no Jardim Simone, militares atenderam um acidente entre uma motoneta e uma motocicleta. Um dos envolvidos, homem de 67 anos, morreu no local. O outro, homem de 37 anos, foi submetido ao teste etílico, sendo comprovado que havia consumido bebida alcoólica, informou a Polícia Militar.