(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:

ARTIGO

A Democracia é necessária para a Inclusão

*André Naves

Ainda que permeada de superáveis falhas e ineficiências, a Democracia constitui a melhor forma político-governamental existente. Mas, qual o seu conceito? Pois bem, o Estado ao assumir a conformação Democrática e de Direito privilegia a vontade da maioria, respeitando as dignidades minoritárias, sempre com o objetivo final de ampliar e concretizar os Direitos Humanos. Eles constituem as garantias vinculadas à essência de cada ser humano, sendo decorrentes, de acordo com nossa Constituição Democrática, dos nossos cinco direitos fundamentais: vida, liberdade, igualdade (entendida como igualdade de oportunidades), propriedade e segurança.

A Democracia, assim, busca tornar real a Dignidade Individual e as Dignidades Coletivas, procedendo de maneira a concretizar as diferentes capacidades e características de cada pessoa. Esse indivíduo, bem como as coletividades de que ele faz parte, agora democraticamente emancipado, tem o dever de, mediante sua cidadania, atuar na construção de políticas públicas, mais ou menos eficientes, que buscam o aperfeiçoamento estatal e democrático. Em outras palavras, somente aqueles indivíduos incluídos exercem plenamente sua cidadania.

Dessa maneira, a cada nova individualidade emancipada que exerce sua cidadania emerge a possibilidade de superação das barreiras existentes, envolvendo novas e diversas pessoas na construção de atividades governamentais, que possibilitarão, por sua vez, a participação privada na criação de cenários cada vez mais inclusivos. Isso significa que cada pessoa tem a responsabilidade de atuar para uma Democracia Inclusiva que seja, permanentemente, aperfeiçoada.

A melhoria democrática, portanto, só é possível com a paulatina inclusão de novos atores, cada um diverso em suas capacidades e potencialidades, na arena da cidadania. Isso significa que a Inclusão é fundamental ao movimento que torna a Democracia cada vez mais afeita a seus conceitos sociais. Da mesma maneira, somente em ambientes democráticos é possível a Inclusão. É que, geralmente, as individualidades excluídas e marginalizadas socialmente são aquelas que possuem menor parcela de dominância perante as relações de poder existentes na sociedade.

Essas individualidades, por terem “menos voz”, seriam as primeiras a serem esquecidas, confinadas e retiradas do convívio social em ambientes autoritários e tirânicos. A Democracia, ainda que em constante movimento de aperfeiçoamento, permite que essas vozes marginalizadas, por mais fragilizadas que estejam, sejam ouvidas e tenham parte na construção de políticas públicas gradualmente mais inclusivas. Dessa maneira, com diferentes e plurais cidadãos, antes excluídos da sociedade, novas ideias e práticas entram em contato, de forma a ensejar a inovação, potencializando o progresso e o desenvolvimento sustentável, inclusivo e justo.

Assim, nuvens cinzas se fazem presentes nos horizontes inclusivos sempre que a Democracia é ameaçada. Junto com a tirania são erigidas novas barreiras, novos preconceitos, novas exclusões. Nós, a sociedade civil – ainda precariamente incluída, é verdade -, não podemos admitir quaisquer retrocessos democráticos. Muito pelo contrário! A Inclusão depende da Democracia!

É por isso que convido a todos que assinem o seguinte manifesto.

Devemos construir um mundo sem barreiras, sem exclusões, sem preconceitos, em que a voz de todos nós seja ouvida! A Democracia é necessária à Inclusão, à Sustentabilidade e, acima de tudo, à Justiça!

*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante

Compartilhe: