*Rodrigo Marcolino
A energia solar tem ganhado destaque na matriz energética brasileira. Desde 2012, a geração fotovoltaica vem crescendo anualmente. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o primeiro semestre de 2023 já superou o resultado de 2022, com um aumento de 26% na potência instalada.
A Geração Distribuída colaborou muito para essa escalada, que se iniciou no ano de 2012 com a publicação da Resolução Normativa nº 482, instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A norma permitiu ao consumidor gerar sua própria energia, conectada à rede de distribuição. Ou seja, viabilizou tanto a produção por microgeradores, com painéis solares nos telhados dos imóveis, quanto por minigeração, como a que acontece nas usinas e fazendas solares.
Outro impulso trazido pela resolução foi a criação do SCEE, que instituiu o sistema de compensação de créditos de energia elétrica, e dos critérios necessários para a conexão de sistemas à rede. Além disso, outras medidas governamentais, tanto da União quanto dos estados, incentivaram a uso da fonte solar, como, por exemplo, isenção de IPI ou ICMS e redução do Imposto de Importação sobre os painéis solares.
Desde então, a energia solar tomou um grande impulso, passando de 7 MW de potência instalada em 2012 para 32 GW em 2023. Dados da Absolar e da Aneel mostram que somente no segmento de geração própria foram cerca de R$ 92,1 bilhões em investimentos, R$ 27,4 bilhões em arrecadação e mais de 540 mil empregos acumulados desde 2012 até 2022.
Já as usinas solares de grande porte, trouxeram ao país cerca de R$ 37,0 bilhões em novos investimentos e mais de 238,2 mil empregos acumulados, além de proporcionarem uma arrecadação aos cofres públicos que supera R$ 12 bilhões.
Desde seu pontapé inicial em 2012, foram cerca de R$ 129 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 778 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 29,8 bilhões.
Ainda de acordo com a Absolar os sistemas solares conectados à rede trazem economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,6 milhões de unidades consumidoras. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.530 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná os líderes em potência instalada.
E todo esse crescimento não para por aqui. O relatório “Perspectivas do Mercado Global para Energia Solar 2022-26” da Solar Power Europe projeta que Brasil será o maior mercado solar global até 2026, atingindo 54 GW de capacidade total.
Outro levantamento, feito pela Agência Internacional de Energia (IEA), aponta que o país ultrapassará a marca de 66 GW de potência instalada até o fim de 2027, com crescimento acima de algumas nações que sempre foram consideradas líderes de geração no setor.
A Agência também aponta que nos próximos quatro anos o Brasil terá capacidade operacional consideravelmente maior do que em muitos países de primeiro mundo, como Espanha, Austrália, Itália, Holanda, França e Inglaterra.
Não há dúvida de que a energia solar é o futuro da matriz energética brasileira. Com resultados positivos para sustentabilidade, redução do impacto ambiental e, também, na economia, o setor está em pleno desenvolvimento, e as projeções estão cada vez mais otimistas. Para os próximos anos, continuaremos acompanhando essa escalada de sucesso.