*Valdir Faria
O quanto a escolha da escola do seu filho é feita de forma racional? Ao optar por uma instituição de ensino, você sabe exatamente o que busca para ele? Um futuro promissor, dizem uns. Formar cidadãos conscientes, pontuam outros. A verdade é que ambos os desejos são importantes e fazem parte de uma construção feita dia a dia. É um privilégio poder escolher um colégio de acordo com os valores da família e com um projeto pedagógico consistente e humanizado.
Trabalhando como professor há mais de 40 anos e na direção escolar por 10, já me deparei com pais de todos os perfis, mas quase sempre com algo em comum: a ansiedade por ter que fazer uma escolha assim, tão importante e decisiva e, naturalmente, cheia de dúvidas e inseguranças. Para ajudar, o principal conselho é: pesquise, pergunte… É importante ter clareza sobre a metodologia e, sobretudo, os princípios que você quer que façam parte da educação do seu filho. Afinal, é na escola que a criança terá acesso às primeiras oportunidades de conviver, aprender, enfrentar desafios e, consequentemente, se desenvolver. Fatores esses determinantes no futuro dela.
Outro ponto importante é entender que a educação é um processo amplo e complexo que extrapola a mera função de transmissão dos conteúdos disciplinares. É aí que entra a necessidade de uma proposta pedagógica humanizada e integradora. As metodologias mais atuais se concentram em promover o aprendizado por meio de situações reais e constantes de interação e diálogo com os professores, colegas e comunidade em geral.
Nesse sentido, os critérios de escolha devem também contemplar como a escola trata o aluno no seu percurso de aprendizagem. De que forma esse estudante será acompanhado pessoalmente pelo corpo docente em seus sucessos e dificuldades? Os professores são valorizados, tanto com formação continuada como pela remuneração? Isso faz uma grande diferença na motivação desses profissionais, o que, por sua vez, influencia de modo significativo na qualidade do ensino.
Nos últimos anos, com a chegada inesperada da pandemia, foram impulsionadas diversas mudanças na educação. As tecnologias educacionais ganharam mais força e foram repensadas de modo que pudessem ser exploradas de maneira mais saudável. Com isso, a formação continuada de professores se tornou algo imprescindível para as novas metodologias de ensino e para o uso de ferramentas e materiais digitais. Esses são alguns fatores que se destacaram ao longo de 2022 e devem permanecer nos próximos. Também permanece o pilar da educação socioemocional contemplando não só os alunos, mas também pais e educadores.
A educação precisa estar na vanguarda. As escolas devem olhar para o futuro de forma visionária, atenta ao que será cobrado dos alunos em 10 ou 20 anos. E não digo apenas no conteúdo curricular obrigatório, mas, principalmente, de acordo com as transformações da sociedade cada dia mais rápidas e atuantes na personalidade dos nossos pequenos. Ao lado da família, é preciso proporcionar o melhor ambiente possível para um aprendizado real dos livros e da vida.