ADÃO RIBEIRO
Quem nunca ouviu rádio? Provavelmente todo mundo ouviu. Por isso, a reportagem do Diário do Noroeste visitou a Rádio Caiuá FM na última terça-feira (22). Nossa visita teve um motivo que merece ser contado: os 40 anos do rádio em Frequência Modulada – FM – em Paranavaí, completados nesta sexta-feira (25). Uma ideia avançada, que saiu do coração e da mente do empreendedor Ephraim Marques Machado, pioneiro da Região Noroeste e das comunicações com o seu serviço de alto-falante “A Voz Democrática”, na década de 1940. Machado também foi fundador da segunda rádio paranavaiense, em Amplitude Modulada (AM), no ano de 1956.
Mas, retornando ao objeto da nossa incursão, a Rádio Caiuá FM passou a transmitir no dia 25 de agosto de 1983 e foi ao ar precisamente às 16h35. Ousadia, muita ousadia. Na época a FM tinha a fama de tocar música, sem muita propaganda ou “falatório”. E registra-se: rock nacional, música popular e sucessos internacionais, geralmente temas de novelas. O sertanejo foi introduzido anos depois e rapidamente ganhou a audiência.
Filha de Ephraim e gerente geral da Caiuá, Hanizeret Machado lembra que o pai montou a rádio, com todo rigor técnico como era sua característica, e não se deu conta de um “detalhe”: não havia na cidade radinhos que captassem o sinal em FM. Foi outra luta. Mas Ephraim venceu e colocou a emissora no ar. E deu certo.
O trabalho contou com o indispensável trabalho técnico de Nivaldo Picoloto, um homem dedicado à eletrônica e suas mudanças. Ainda hoje presta assistência para a rádio. E lá se vão as décadas…
A Caiuá FM rapidamente se tornou referência em todo o Noroeste do Paraná. Tanto que os seus locutores eram (e são) protagonistas. Participavam, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, dos principais eventos das cidades como apresentadores ou mestres de cerimônias (sem contar as divertidas paqueras na avenida – quem viveu, sabe). A Caiuá passou a ser o principal veículo de informação e de publicidade no quesito rádio.
E o futuro do rádio? Para Hanizeret Machado, o rádio não vai morrer nunca. Pode se reinventar, estar em plataformas novas, no celular etc. Ela explica que o rádio é o companheiro de todas as horas (e tem razão). Aliás, a empresária define a história do rádio como a história do seu pai. É justo, pois Ephraim era muito criterioso quanto à qualidade do sinal e aos argumentos usados pelos profissionais. O “Seu Ephraim” exigia honestidade, caráter e cumprimento de horário (e como era importante!).
Locutores – Comunicador das “antigas”, Luiz Carlos Moreira concorda que o rádio fala de forma diferente com as pessoas. Luiz Carlos foi um dos grandes apresentadores da década de 1980 com o seu “Clube do Disco” (ainda na AM), quando tocava os sucessos que embalavam meninos e meninas e seus sonhos. Hoje fala de passado, presente e futuro na Caiuá. Toca grandes sucessos sertanejos, como fez no passado o comandante Neuto.
A ideia do rádio imortal é compartilhada também pelo comunicador Leo Nunes. Com 30 anos de Caiuá FM, o locutor resume: “O rádio nunca vai morrer”. Lembra que já houve debates sobre o fim do rádio, o fim da TV. Nem por isso deixaram se ser fortes. Pelo contrário, se ajustaram ao momento, utilizando os recursos da internet e suas várias redes sociais.
Opinião semelhante tem o comunicador Pedro Machado. Com 25 anos de experiência, ele diz que o rádio é tudo em sua vida e nunca vai acabar. O fundador Ephraim Machado é citado por todos eles com absoluto respeito. E diga-se: com justiça. O pioneiro faleceu no dia 29 de janeiro de 2020.
Aldionso Machado é diretor técnico da rádio. Ele nos apresenta os equipamentos antigos, mostrando a linha evolutiva. Tem as famosas cartucheiras, as fitas de rolo, o toca-disco e tantos outros. A emissora possui centenas de discos (vinil) e CDs, manuseados com habilidade por quem está há décadas na profissão.
Oralda Marin está há 34 anos na emissora. Auxiliar administrativa, fala dos tempos de recepcionista, quando muita gente ia pedir música ou saber sobre uma notícia. “Quando saía o resultado do vestibular (Fafipa, atual Unespar) o telefone não parava de tocar, todas as linhas ocupadas, recorda-se. “Era uma loucura”. Só para constar, Oralda começou na empresa muito jovem, com 19 anos. Ainda hoje está jovem (grifos nossos).
Também compõem a equipe os locutores Beto Rivera (que estava na programação ao vivo durante nossa visita), Adriano TS e Célia Santos, Nivaldo Bildhauer, produtor de áudio e programador; Carlos (serviços externos) e Lígia Perez (serviços internos).
Quais são as diferenças entre rádio AM e FM? Para entender melhor as diferenças entre rádio AM e FM, é preciso saber como a transmissão de frequências funciona. A transmissão de rádio acontece quando um sinal sonoro é enviado em forma de ondas eletromagnéticas, também chamadas de ondas de rádio, por meio de uma torre.
Assim, os aparelhos que estão sintonizados na mesma frequência que aquelas determinadas ondas vão captar a mensagem. A amplitude e a frequência das ondas vão definir a clareza e o alcance do sinal. Ou seja, a força com que elas serão emitidas pelo ar e a regularidade dos pulsos.
Rádio AM – No caso da rádio AM, trabalha-se com a Amplitude Modulada (AM), que é uma das formas mais econômicas de fazer a transmissão de um som de rádio. A modulação é a variação de um parâmetro de uma onda portadora senoidal, de forma proporcionalmente linear ao valor instantâneo do sinal modulante ou da informação.
Por meio de um transmissor AM, o microfone consegue converter a voz do locutor em voltagem variada (tensão). A Amplitude Modulada foi o meio de transmissão de rádio que se tornou popular mais rápido, pois chegava a mais equipamentos – logo, mais ouvintes.
Rádio FM – A Frequência Modulada (FM) surgiu como uma alternativa à AM, que apresentava muitos problemas. A frequência foi desenvolvida para ser uma solução para a ineficiência, alcance curto, interferências que a AM apresentava frequentemente. Por isso, é um modelo mais complexo e que gera mais custos de manutenção.
A principal vantagem é a qualidade que proporciona, sem ruídos, sem interferências e, em consequência disso, com alcance muito maior. Além disso, mesmo que dois sinais estejam sintonizados na mesma frequência, apenas o sinal mais forte será reconhecido pelo receptor.
Com tantas diferenças entre rádio AM e FM, naturalmente uma das duas seria mais utilizada. Isso gerou uma necessidade muito forte de migração das emissoras. Até o final deste ano as emissoras de rádio de todo o País devem migrar da faixa AM para a FM.
(Extraído de Frahm.com.br)