Cada vez percebemos mais mulheres exercendo múltiplas atividades, assim funções importantes e cargos de liderança em empresas. Mas a desigualdade de oportunidades no mercado ainda é perceptível, obrigando muitas delas, em especial as de baixa renda, a começar a empreender por conta própria, ou a aceitar cargos e salários abaixo dos praticados para os homens que trabalham na mesma função.
Segundo Adriana Walter, especialista em Marketing e Comunidades e sócia-fundadora da hubkn, startup que vem contribuindo para acelerar as operações de vendas por meio do uso da Inteligência Artificial, existem alguns fatores sociais que contribuem em muito para esse cenário. “Elas precisam complementar suas rendas e, em muitos casos, sustentar suas famílias.” O Brasil tem 67 milhões de mães, segundo pesquisa do Instituto Data Popular, e dessas, 31% são solteiras e 46% trabalham.
A pandemia piorou ainda mais a situação, em especial para quem, sem ter de onde tirar uma renda e com a falta de flexibilidade nos horários, apostam no empreendedorismo como a única saída para conciliar uma vida pessoal com uma carreira profissional. A situação é ainda mais difícil para mulheres negras e de baixa renda.
Exercendo um papel de liderança em uma empresa de tecnologia, Adriana revela que a posição é desafiadora, entretanto, a vê com bons olhos. “É uma responsabilidade muito grande, mas ainda são poucas as mulheres que ocupam um cargo de liderança em startups de tecnologia. Venho enfrentando desafios diariamente, mas os encaro com naturalidade. No entanto, para alcançar o sucesso, tive que me dedicar e aprender as principais camadas do meu trabalho para colaborar com minha equipe”, explica.
De acordo com a especialista em Comunidades, o sexo feminino tem uma sensibilidade maior com clientes e colaboradores, algo que pode ser considerado uma característica importante pelas empresas. “Elas prestam atenção em cada detalhe, porque isso faz parte da integralidade das mulheres e, consequentemente, somos mais detalhistas nos negócios também. As relações são mais fáceis e acolhedoras, já que na maioria dos casos buscamos entender as dificuldades de nossos companheiros de trabalho enquanto tentamos ajudar na resolução dos problemas”, pontua.
Sendo uma das fundadoras da hubkn, Adriana Walter resolveu empreender após notar sua insatisfação com o mercado de consultorias no setor de marketing. “Eu não achava satisfatória a forma que as pessoas trabalhavam o marketing nas consultorias para os clientes. Eu acreditava que as empresas precisavam de uma operação que entregasse mais resultados e de maneira mais eficiente, e a proposta da HeadRocks Marketing Inteligente, minha empresa anterior, era justamente essa. Na hubkn nós também melhoramos o resultado das empresas e a relação dos vendedores com os clientes”, revela.
Segundo a especialista, muitas mulheres sofrem de síndrome do impostor, mas é necessário ter ciência de sua importância no mundo do empreendedorismo. “Embora o mundo dos negócios seja extremamente solitário para as mulheres, nós somos um ser coletivo, que sempre busca soluções para a sociedade. Meu conselho é: nunca duvide de você mesma e siga seus sonhos, acredite que você é capaz de realizá-los mesmo com a sociedade dizendo o contrário”, finaliza.