No cenário desafiador da segurança pública, uma figura se destaca no 8º Batalhão da Polícia Militar de Paranavaí: a Tenente Bruna Ramos Fernandes Del Fiol. Com uma carreira marcada por determinação e compromisso, ela sempre soube que seu destino estava entrelaçado com o serviço militar, em uma profissão predominantemente masculina.
“Ingressei na Polícia Militar em 2015 e sempre foi algo que eu quis, muito pela influência do meu pai, que é militar do exército, e por ter estudado em colégio militar na infância”, explica.
Mas conciliar a vida profissional com a maternidade se revelou como um dos maiores desafios para Bruna. Com duas filhas pequenas, ela enfrenta o constante equilíbrio entre suas responsabilidades familiares e suas obrigações profissionais.
“Para mim, apesar de gostar do meu serviço, a minha família sempre vai ser minha prioridade”.
Bruna conta que já passou por momentos em que precisou fazer escolhas.
“Muitas vezes nos perguntam por que não pedir para outra pessoa levar [o filho] ao médico, ou para outra pessoa fazer isso ou aquilo para não atrapalhar o serviço. Quando, na verdade, tem momentos que a criança só sentirá confiança com a mãe, e isso não tem como terceirizar”, afirma.
No ambiente predominantemente masculino da polícia, a tenente enfrenta a necessidade de provar-se constantemente.
“A mulher precisa se esforçar em dobro para ter o reconhecimento tanto no ambiente interno da PM quanto pela sociedade”, observa.
Apesar dos desafios, Bruna reconhece a importância da presença feminina na polícia, especialmente em situações que envolvam outras mulheres.
“A mulher é importantíssima para a PM, de forma prática mesmo”, afirma, enfatizando a necessidade de policiais femininas para abordagens e situações delicadas.
Para a tenente, a igualdade de gênero é fundamental.
“O melhor que podemos fazer pelas mulheres é tratá-las igual aos homens”, destaca. “Não queremos benefícios, só queremos os mesmos direitos.”
Apesar do progresso, o machismo ainda persiste.
“O principal desafio ainda é esse, do machismo estrutural, por exemplo na dificuldade de uma pessoa respeitar uma abordagem policial iniciado por uma mulher. Geralmente, imaginam que não vamos “ter força” para fazer nada”, conta.
Mas a tenente vê um futuro promissor para as mulheres na PM.
“Hoje as mulheres estão cada vez mais inseridas no ambiente da PMPR”, observa, destacando a crescente representatividade feminina no batalhão. “Creio que, muito em breve, seremos cada vez mais mulheres.”
Para Bruna, a chave para superar o preconceito é não ter receio.
“Tudo que é bem feito será reconhecido por aqueles que de fato acreditam no nosso serviço”, afirma ela, inspirando outras mulheres a lutarem por seus direitos e pelo avanço da igualdade.