Novos investimentos permitiram ampliar os serviços à população e melhorar o fluxo de atendimento e a oferta de vagas, afirma o diretor-geral Héracles Alencar Arrais
REINALDO SILVA
Da Redação
Dos 90 leitos de enfermaria disponíveis na unidade da Santa Casa de Paranavaí no Jardim Morumbi, 30 estão ociosos. A explicação é que faltam recursos financeiros para colocá-los em funcionamento e, assim, ampliar os serviços à população da Região Noroeste. “Abrir esses leitos melhoraria o fluxo de atendimento e a oferta de vagas”, sintetizou o diretor-geral Héracles Alencar Arrais.
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Ocorre que o valor repassado via Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente para cobrir as despesas, mesmo considerando somente os 60 leitos ora utilizados. Nesse cenário, colocar os outros 30 em atividade seria impraticável.
A diretoria da Santa Casa busca alternativas junto aos municípios e ao governo do estado para incrementar a receita mensal, mas esbarra em dificuldades burocráticas e políticas.
Um dos entraves é a discussão sobre a microrregionalização da saúde, que avança a passos lentos. A ideia seria estruturar unidades de atendimento em alguns municípios estratégicos do Noroeste do Paraná para determinados tipos de casos, atualmente encaminhados exclusivamente para a Santa Casa de Paranavaí. A partir daí, a dinâmica permitiria direcionar esforços para as situações de média complexidade.

Foto: Ivan Fuquini
Por enquanto, apenas o Hospital Santa Catarina, em Loanda, recebeu investimentos significativos, perto de R$ 15 milhões, destinados a aumentar a área construída e, então, implantar 48 novos leitos, sendo 12 de UTI. Os pacientes ainda são encaminhados a Paranavaí.
De janeiro de 2024 a abril deste ano, a Santa Casa contabilizou 14.453 internações. Desse total, 79,82% eram pacientes do SUS. O índice é superior aos 60% exigidos pela Lei da Filantropia, que regula a certificação e estabelece diretrizes para as entidades beneficentes. Os dados “reforçam o compromisso com assistência amplia, qualificada e acessível à população”, disse o diretor-geral do hospital.
De acordo com Arrais, o contrato da Santa Casa com o governo do estado e os municípios prevê a realização de 250 cirurgias por mês, portanto o dinheiro é correspondente a esse número. No entanto, em 2024, a média mensal foi de 274. A diferença, assegurou, saiu do caixa do próprio hospital.

Foto: Ivan Fuquini
Recente levantamento feito pela equipe técnica da Santa Casa mostra que de abril de 2024 a abril de 2025 foram 1.709 partos e 8.805 atendimentos no ambulatório de ortopedia. Ainda dentro desse mesmo período, o hospital desempenhou 433 cirurgias de urgência por mês.
O presidente da Santa Casa, Renato Augusto Platz Guimarães, fez questão de estender agradecimentos a agentes políticos que têm contribuído de maneira contínua e eficiente para a manutenção da estrutura. Citou nominalmente o deputado federal Tião Medeiros, que entre 2024 e 2025 destinou R$ 8 milhões; o também deputado federal Ricardo Barros, que possibilitou a aquisição de um aparelho de hemodinâmica, usado em procedimentos cardíacos; e o deputado estadual Leônidas Fávero Neto, que integra o corpo clínico do hospital e tem atuado na busca por melhores repasses mensais.