REINALDO SILVA
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Por serem produtos de origem natural, os utensílios domésticos feitos de bambu podem apresentar contaminação e causar problemas no manuseio. Com o objetivo de definir parâmetros para o desenvolvimento de novos produtos, a acadêmica Angélica Akemi Fukushima, do quarto ano do curso de curso Design de Produto, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus de Cianorte, produz uma pesquisa científica, sob orientação da professora Cristina do Carmo Luico Beerhil el Kattel.
Angélica tem 23 anos e é de Paranavaí. Ela contou ao Diário do Noroeste que a ideia surgiu durante uma conversa com a orientadora, com base em estudos promovidos por outros estudantes. “Pesquisar os utensílios domésticos feitos de bambu comercializados hoje em dia poderia contribuir para a sociedade, especialmente por não existir conteúdo científico aprofundado em torno do assunto.”
O projeto de pesquisa está inserido no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e o financiamento se estende até o final de agosto deste ano, o que não impede sua continuidade posterior.
De acordo com a estudante universitária, um dos principais problemas encontrados nos utensílios feitos de bambu e comercializados no Brasil é que são de origem estrangeira, muitas vezes sem identificação exata da procedência, mesmo o país sendo o segundo com maior número de espécies da planta. “Além disso, na maioria das vezes [os utensílios] não são adequados ergonomicamente, podendo ocasionar problemas à saúde e ao bem-estar de quem utiliza tais produtos, dando a importância ao assunto da pesquisa”, disse Angélica.
O projeto – A acadêmica explicou que o projeto está na fase de coleta e análise de dados, com elaboração de diretrizes para o desenvolvimento de produtos de interface segura aos usuários. Até agora, foi possível perceber que os utensílios de bambu não são itens amplamente comercializados e os preços são altos. Poderiam ser mais frequentemente utilizados como vaporizador e espremedor de frutas cítricas. E é preciso que haja mais informações sobre origem, tratamento e armazenamento correto.
Para chegar a esses resultados, o primeiro passo foi levantar artigos científicos sobre o assunto. Depois, buscas por produtos de bambu registrados e comercializados em sites de venda comum e pesquisa com consumidores. A partir daí, estudante e professora definiram quais utensílios deveria ser estudados sob a perspectiva da ergonomia. “Atualmente, estão sendo aplicados protocolos de análise de usabilidade dos produtos selecionados, a fim de conhecer quais requerem melhorias”, pontuou Angélica.
De acordo com a professora Cristina do Carmo, “espera-se chegar a resultados consistentes quanto aos problemas de uso dos produtos analisados, possibilitando propor melhorias que tragam mais confiança do usuário ao adquirir e utilizar utensílios de cozinha produzidos em bambu”.
Destaque – Recentemente, o trabalho de Angélica ganhou destaque nas redes sociais. Uma publicação na página da UEM no Facebook explicou os principais pontos da pesquisa, citando também a participação da orientadora e a justificativa para o desenvolvimento do estudo.