(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:
Autora destaca a importância da família e da escola para a educação
Autora destaca a importância da família e da escola para a educação

FAMÍLIA E ESCOLA

Agentes corresponsáveis na educação

*Isabela Barbosa do Rêgo Barros

O processo educativo é uma construção coletiva. Um antigo ditado já nos alerta que “uma andorinha só não faz verão”, e essa lógica se aplica perfeitamente à educação. Sozinhos, nem a família nem a escola são capazes de atingir plenamente seus objetivos.

Historicamente, a educação era uma tarefa informal, conduzida pela família e pela comunidade. Com o surgimento das sociedades complexas, a escola surgiu como instituição de ensino formal. No entanto, a rotina frenética das famílias contemporâneas fez com que as crianças passassem a viver grande parte de suas experiências no ambiente escolar. Consequentemente, aprendizados cruciais – desde as descobertas físicas até os desafios socioemocionais – agora ocorrem principalmente com professores e colegas. Muitas vezes, os pais tomam ciência desses fatos por meio de canais inadequados ou de uma linguagem excessivamente técnica.

Esse distanciamento é agravado pela sobrecarga dos docentes, que, pressionados por demandas curriculares e a necessidade de “mostrar serviço”, têm pouco tempo para considerar o contexto e os saberes prévios de cada aluno. A ênfase no conteúdo acadêmico, em detrimento da formação integral, acaba por criar uma desconexão perigosa. No centro desse abismo, encontram-se crianças e adolescentes em pleno desenvolvimento.

É crucial, porém, evitar julgamentos. A solução não está em atribuir culpas, mas em redefinir papéis. A família não pode ser mera espectadora, assim como a escola não pode agir de forma solitária. Ambas são agentes principais e corresponsáveis no processo educativo.

Essa corresponsabilidade exige uma parceria ativa, que vai além de reuniões eventuais. Significa criar espaços genuínos de diálogo, compartilhar conhecimentos, escutar e apoiar em conjunto. Como defendia Paulo Freire, a educação é um ato de colaboração. A relação família-escola deve ser dialógica, não antagônica. Apoiando-nos também em Vygotsky, que via a aprendizagem como um processo social, compreendemos que família e escola são os mediadores mais influentes na formação do estudante.

Quando essa parceria se concretiza, os benefícios são profundos: gera-se segurança e estabilidade emocional para o aluno, aumenta-se seu engajamento e motivação para aprender e promove-se o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais, como empatia e resiliência. O estudante se sente verdadeiramente valorizado ao perceber que os adultos mais importantes de sua vida, pais e professores, trabalham unidos por seu bem-estar.

A relação família-escola não é uma sobreposição de papeis ou uma iniciativa complementar à educação. Ela é a própria base do processo educativo. Reforçar essa parceria é reconhecer que, diante dos complexos desafios do século XXI, a estratégia mais poderosa que temos é a união de esforços. Longe de serem instâncias separadas, família e escola são, juntas, o alicerce indispensável para a formação de indivíduos plenos, capazes e preparados para a vida. Portanto, investir nessa aliança é uma necessidade urgente e fundamental para o sucesso de uma sociedade crítica e humanizada.

*Isabela Barbosa do Rêgo Barros é linguista e educadora, coautora do livro “Perguntas e respostas sobre alfabetização”, junto aos educadores Rossana Ramos, Renata Fonseca Lima da Fonte e Flávio Rômulo do Rêgo Barros.

Compartilhe: