REINALDO SILVA
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O preço da arroba bovina subiu 14% desde janeiro. Na semana passada, chegou à marca de R$ 309, 45, na média paranaense, conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A tendência, agora, é de manutenção dos valores ou ainda pequenos reajustes, avalia Fábio Mezzadri, médico veterinário da Divisão de Conjuntura Agropecuária. “Entretanto, não acredito em quedas muito expressivas este ano”, diz.
A explicação está na oferta restrita. “A estiagem que atingiu o Paraná por aproximadamente dois meses, as altas nos custos de produção (especialmente com a alimentação animal), o aumento das exportações e a retomada de setores do comércio (principalmente, bares e restaurantes) são os principais fatores de sustentação da alta nas cotações da arroba”, avalia Mezzadri.
Conforme analisa o médico veterinário, a “conjuntura tem favorecido um cenário de acréscimo na demanda, em um momento de redução na oferta”. A partir do último trimestre do ano, quando as pastagens já estiverem em melhores condições, pode haver mudanças no mercado da pecuária, com mais produtos disponíveis. Seria possível, então, ter algum movimento de queda nos preços.
Mercado varejista – Mezzadri segue dizendo que se por um lado as altas cotações da arroba bovina têm animado os produtores, por outro, os “consumidores estão preocupados com os consecutivos acréscimos nos preços dos cortes nas gôndolas dos supermercados e açougues”. Ele destaca que a coleta de dados do Deral aponta: “Dos onze cortes levantados, também no período de janeiro a agosto, todos apresentaram altas expressivas”.
Cita cada percentual. O preço do peito bovino subiu 27%; a paleta teve alta de 26%; a carne de primeira moída, 22%; a costela aumentou 20%; o contrafilé, 17%; o patinho, 15%; a carne de segunda moída apresentou elevação de 13%; no caso do acém e do coxão-mole, 11% cada; a alcatra teve acréscimo de 10%; e o filé mignon, 6%.
Quando o valor apresenta constantes reajustes, caso do cenário atual, um movimento comum entre os consumidores é reduzir o consumo de carne vermelha, “fato que tem levado à substituição, muitas vezes, por aves e suínos”, conclui o médico veterinário.