Pelo menos três cervos-do-pantanal, animal que está ameaçado de extinção, foram flagrados na Região Noroeste nos últimos dois anos. Os registros foram feitos por armadilhas fotográficas instaladas em Reservas Particulares do Patrimônio Privado Natural (RPPNs), que são unidades de conservação de domínio privado. Esta espécie de cervo é a maior da América do Sul.
O registro mais recente foi no final de 2022 em Santa Isabel do Ivaí. As imagens capturadas mostram uma fêmea no Rio Ivaí. Já em 2021, em uma RPPN em Querência do Norte foram três registros, sendo uma fêmea e possivelmente dois machos.
Segundo o analista ambiental do Consórcio Intermunicipal da Apa Federal do Noroeste do Paraná (Comafen), Vinícius Maccarini, os animais que aparecem nas imagens são adultos, sendo duas fêmea e possivelmente dois machos, mas pelos vídeos não possível ter a certeza se tratam de animais distintos ou o mesmo fotografado duas vezes.
Registros como estes são considerados como uma grande vitória, afirma o analista. Ele explica que a espécie está classificada como vulnerável internacionalmente e criticamente em extinção no Estado. O cervo-do-pantanal era um animal muito comum de ser encontrado no Rio Paraná e Pantanal, região do Brasil onde existe a maior população.
“Hoje são muito raras essas imagens. No Paraná a maior população da espécie está no Parque Nacional de Ilha Grande. No Extremo Noroeste há alguns registros”, conta Vinícius.
O baixo número de população do cervo-do-pantanal tem se dado pela diminuição das várzeas, seu de habitat natural. Os alagamentos ocasionados pelas construções das barragens de hidrelétricas devastaram grande parta dessas áreas de vida da espécie.
Alvo de caçadores, por conta da sua galhada (chifre), e vítimas de doenças contraídas da criação de gado, também são fatores que contribuem para a ameaça de extinção dos animais.
As armadilhas fotográficas são do projeto da Comafen de acompanhar e registrar a fauna da região. Através delas já foi possível fazer imagens de tamanduá bandeira, lobo guará, gato maracajá, onças e antas.
Essas armadilhas são compostas por três câmeras colocadas em locais específicos das 18 RPPN que o consórcio auxilia. Vinícius comenta que através desses registros é possível ter uma base de como está a população de cada espécie.
O Comafen é presidido pelo prefeito de Marilena, José Aparecido da Silva (Zé do Peixe).
Ver essa foto no Instagram