Monique Manganaro e Igor Mateus / da redação
Tornar-se pai é um momento marcante na vida de qualquer homem que anseia pela paternidade. Mas, ao longo da vida, perceber que a conexão com um filho supera os laços sanguíneos deixa a relação ainda mais especial. Alguns pais desfrutam da sorte de compartilhar gostos pessoais com os filhos e assisti-los se interessarem pelos mesmos hobbies.
Este é o caso do advogado e bancário de Paranavaí Igor Monteiro. Hoje, aos 48 anos, ele compartilha com o filho Raul várias das paixões que tem desde a juventude: o amor aos carros antigos, ao motociclismo e até mesmo o estilo musical preferido.
Antes mesmo de Raul nascer, Igor já sonhava que o filho demonstrasse interesse pelos mesmos gostos, mas diz que nunca forçou nenhuma interação. Toda a curiosidade do filho surgiu naturalmente. “Chega a ser meio egoísta, mas você quer que ele goste das mesmas coisas que você. Eu fico feliz com isso, mas o importante é não forçar. Não tem como explicar o orgulho e a felicidade que sinto vendo ele partilhar [esses interesses]”, afirma.
Raul reforça que a afinidade foi natural. “Ele escutava rock, eu comecei a escutar também. Ele andava de moto, eu comecei a andar também. O que ele fazia eu fui começando a fazer”, diz. “Só não o convenci a ser corintiano ainda”, brinca o pai.
Motociclista há mais de 20 anos, Monteiro frequenta eventos e realiza viagens ao lado de amigos até hoje. Quando Raul nasceu, o paranavaiense decidiu comprar um carro, pensando no conforto da família. Considerando o apreço pelos veículos antigos, adquiriu um Ford Corcel GT 1976, automóvel que anos mais tarde se tornaria a principal paixão do menino.
De acordo com o bancário, desde muito pequeno, Raul já demonstrava afinidade pelos veículos do pai. As primeiras interações aconteceram enquanto Monteiro lavava o Corcel ou a motocicleta. Logo, o interesse tímido deu lugar a um sentimento mais profundo.
Há aproximadamente um ano, o paranavaiense adquiriu um novo modelo de carro e disse ao filho que pretendia se desfazer do Corcel, por não ter onde guardar o veículo. A reação de Raul deixou claro o apego do menino. Preocupado em perder o veículo, o garoto quis até comprar o carro do pai, e, desafiado, conseguiu encontrar um novo espaço para deixar o automóvel, que passou a ser dele.
Orgulhoso da conquista, o garoto cuida do próprio veículo e, mesmo sem dirigir, faz questão de comentar com todos que já é proprietário de uma peça rara do meio automobilístico.
A paixão pelo motociclismo é outro ponto comum entre pai e filho. Desde bebê, Raul esteve ao lado do pai em eventos e viagens, sem abrir mão dos trajes de um verdadeiro motociclista, é claro. “Ele tem a jaqueta dele, dois capacetes que ele mesmo escolheu”, revela Monteiro, orgulhoso.
Para Monteiro, a conexão gerada por poder compartilhar os mesmos interesses de vida só o aproxima do filho e torna a relação dos dois ainda mais afetuosa. “Ser pai é, acima de tudo, amar. É um coração que bate fora do seu corpo, todos aqueles clichês que a gente ouve e que não deixam de ser verdade”, ressalta.