A menos de um mês para a realização das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), é comum que os estudantes se sintam ansiosos. Afinal, trata-se de um momento importante para o projeto de vida de cada um deles.
A psicóloga do Departamento de Saúde Escolar (DSE) do Colégio Bom Jesus, Leticia de Souza Arcoverde Locatelli, explica que é bastante comum que os sintomas da ansiedade apareçam em períodos como esse devido à pressão, às cobranças, sejam elas individuais ou externas (da família, da sociedade). “É um momento de transição que vai ao encontro do projeto de vida do estudante. É como se toda a sua trajetória acadêmica fosse resumida na prova do Enem e do vestibular, e a possibilidade de não obter sucesso pode causar ansiedade. Isso tudo é desafiador”, explica a psicóloga.
Quando o estudante apresenta sintomas de ansiedade, é preciso avaliar se é apenas um comportamento, um sentimento momentâneo ou se ele já está com indicativo de algum transtorno mental (como o transtorno de ansiedade, por exemplo). Assim, para diferenciar um sentimento momentâneo de uma doença, é preciso avaliar outros fatores, como a frequência e a intensidade desse comportamento. No DSE, os estudantes que precisam de auxílio são orientados e, se necessário, as famílias são acionadas para que eles sejam encaminhados para a avaliação com um profissional externo (psicólogo, psiquiatra).
De modo geral, os sintomas mais comuns do comportamento ansioso são dor de cabeça, irritabilidade, taquicardia, sensação de falta de ar, alteração no sono e na alimentação. “Os sintomas podem gerar alterações de memória, na atenção, na concentração do estudante, e prejudicá-lo durante a prova”, explica Leticia.
Uma dica para aplicar antes e no momento da prova é a respiração diafragmática profunda. Já há comprovações científicas, segundo o DSE, de que esse tipo de relaxamento ajuda a acalmar. “É uma técnica rápida e eficaz. Quando nos acalmamos, relaxamos, conseguimos ter um melhor controle e clareza no pensamento”, explica. Uma das técnicas da respiração diafragmática profunda consiste em cinco passos principais:
Colocar uma mão sobre a parte superior do abdome. Inspirar profundamente, pelo nariz, fazendo com que o abdome eleve a mão sobre ele. Perceber que a mão se eleva e depois se abaixa com uma expiração profunda.
Manter o formato anterior e realizar a inspiração mais lentamente, contando até três (duração: 3 segundos).
Prender a respiração, contando até três, bem devagar (3 segundos).
Exalar lentamente o ar pela boca, contando até seis, bem devagar (6 segundos). Perceber que o abdome fica cada vez mais encolhido.
Repetir ciclos de inspiração-pausa-expiração lentos e com movimento abdominal durante 2 a 3 minutos.