Agência Nacional de Transportes Terrestres estabeleceu e oficializou o ponto para a instalação de uma nova praça de cobrança de pedágio, no quilômetro 58,9 em Guairaçá
REINALDO SILVA
Da Redação
Em edital publicado nesta semana, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou a duplicação da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina. A expectativa é que as obras comecem entre 2029 e 2030, podendo se estender até o oitavo ano da concessão rodoviária.
O percurso desde o quilômetro 38, no trevo de acesso a Nova Londrina, até o quilômetro 102, no perímetro de Paranavaí, está incluído no lote 4 das rodovias paranaenses, que será leiloado no dia 23 de outubro deste ano. A previsão é que o contrato de concessão seja assinado em fevereiro de 2026 e tenha duração de 30 anos.
A concessionária vencedora terá prazo de um ano após a assinatura do contrato para construir a nova praça de pedágio no quilômetro 58,9 em Guairaçá. Com a estrutura pronta e posta em funcionamento, a tarifa custará R$ 16,98.
Diretor da Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) e da Associação dos Advogados do Noroeste do Paraná (Advog), Edilson Avelar explicou que o preço inicial corresponde ao trajeto de pista simples, e a base de cálculo é de R$ 0,16 por quilômetro. Após a duplicação do trecho, serão R$ 0,23 por quilômetro.
Os preços estipulados no edital da ANTT levam em conta os custos das obras, por exemplo, a construção de contornos e rotatórias alongadas em Itaúna do Sul e Nova Londrina, além de cobrir as despesas com desapropriações de terrenos particulares às margens da rodovia, necessárias para a concretização do projeto.

Foto: Arquivo DN
De acordo com Avelar, a Socipar está em contato com empresas de engenharia e projetos e também com universidades “para elaborar o custo real do valor do pedágio da praça de Guairaçá, para, se for o caso, confrontar o Ministério dos Transportes e a ANTT”.
Economia – O presidente da Socipar, Demerval Silvestre, falou dos possíveis impactos da duplicação da BR-376 para a economia do Noroeste do Paraná. O primeiro, classificado como essencial, é que a região se consolidará como rota do agronegócio, permitindo o transporte das produções agrícolas do Centro-Oeste do Brasil até o Porto de Paranaguá de forma mais rápida e segura.
Silvestre disse que algumas projeções apontam o crescimento de 50% no volume de caminhões trafegando pela BR-376 após a duplicação. Esse grande fluxo incentivaria novos empreendimentos, contemplando o setor hoteleiro e o gastronômico, por exemplo, além dos serviços de manutenção dos veículos.
Ele garantiu que grandes empresas do agronegócio sul-mato-grossense já manifestaram interesse em se estabelecer no Noroeste do Paraná, às margens da BR-376, subsequentemente à conclusão das obras de duplicação. “O Noroeste era considerado fim de linha do Paraná, agora será a porta de entrada do desenvolvimento.”
Investimento – Considerando toda a extensão do lote 4, que passa por Francisco Alves, Cornélio Procópio, Londrina, Arapongas, Rolândia, Marialva, Maringá, Paranavaí, Guairaçá, Itaúna do Sul e Nova Londrina, são 627 quilômetros de rodovias federais e estaduais. O investimento previsto para os 30 anos de concessão supera a marca de R$ 18 bilhões, sendo R$ 10,9 bilhões em obras.
O projeto contempla mais de 231 quilômetros de duplicações, 87,11 quilômetros de faixas adicionais, 39,49 quilômetros de contornos e quatro correções de traçado, além da implantação de 74 passarelas, 174 pontos de ônibus, oito passagens de fauna, 18 barreiras acústicas e 28 caixas para contenção de produtos perigosos.