Mesmo com US$ 1,459 bilhão negociados para fora do país em outubro, o Paraná registrou redução de 13,4% nas exportações de produtos na comparação com setembro, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) em relação aos dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. No mês anterior, o valor comercializado chegou a US$ 1,684 bilhão, ou seja, US$ 225 milhões a mais em valores exportados. As importações ficaram praticamente estáveis, com alta de 0,9%, e somaram US$ 1,444 bilhão no mês, contra US$ 1,431 do registrado em setembro. Assim, o saldo da balança comercial paranaense fechou o décimo mês do ano com superávit de aproximadamente US$ 15 milhões.
“A informação é positiva e aponta que entraram mais recursos na economia do estado do que saíram. E essa diferença estimula a atividade produtiva e a geração de emprego e renda aqui”, avalia o economista da Fiep, Evânio Felippe. Por outro lado, o resultado mostra que o recuo nas exportações do Paraná seguiu uma tendência nacional, já que no Brasil a redução foi de 7,8%, saindo de US$ 24,4 bilhões em setembro para US$ 22,5 bilhões no levantamento de outubro.
Mesmo com um saldo positivo na balança comercial do mês, houve redução de 6,5% no volume de produtos negociados para fora do país. (Crédito da foto: Gelson Bampi)
O Paraná superou em 11,5% as vendas de produtos para o exterior na avaliação contra outubro de 2020. Naquele mês foram negociados US$ 1,308 bilhão. O resultado nacional foi ainda melhor nessa mesma comparação. O Brasil teve alta de 27,1%. No ano passado contabilizou US$ 17,7 bilhões nas exportações.
Acumulado do ano – A notícia também é positiva na avaliação de janeiro a outubro. As exportações paranaenses já somam US$ 15,9 bilhões este ano, superando em 15,2% os dados do mesmo intervalo de 2020. “Mesmo com um saldo positivo na balança comercial do mês, houve redução de 6,5% no volume de produtos negociados para fora do país. Isso sugere que pode ter ocorrido uma maior dificuldade para empresas exportadoras do estado no mercado global”, analisa Felippe.
Soja e carnes ainda são protagonistas nas vendas do Paraná para fora do país, representando 35% e 15% da pauta de exportações do estado, respectivamente. Mas, os destaques no acumulado deste ano em relação a igual período de 2020, são os setores moveleiro (US$ 148,7 milhões e alta de 95%), da madeira (US$ 1,5 bilhão e alta de 67%), produtos mecânicos (US$ 480,2 milhões e alta de 46%) e bebidas (US$ 89,9 milhões e 43% de alta). Carnes têm crescimento acumulado de 37%, com US$ 2,3 bilhões vendidos. E, a soja, embora responda por US$ 5,5 bilhões em valores exportados, tem queda acumulada de 1,4%.
As importações também cresceram em 2021. Mais de 43% frente ao período acumulado do ano passado. Já são US$ 13,8 bilhões em compras contra US$ 9,6 bilhões acumulados de janeiro a outubro de 2020. “Vale lembrar que a avaliação inclui o auge da pandemia no Brasil no ano passado, quando muitas indústrias interromperam totalmente suas atividades e, por consequência, suspenderam os gastos por um tempo”, pondera o economista.
“A partir do último trimestre do ano passado a retomada foi forte e as importações cresceram substancialmente, mesmo diante das dificuldades geradas pela escassez de insumos no mercado global – resultante da alta demanda e de problemas logísticos”, explica Felippe. “Isso é um reflexo da recuperação da atividade econômica no Brasil e no Paraná, completa.
Produtos químicos foram os principais itens comprados pelo estado em 2021 (US$ 4,3 bilhões), com elevação de 36,7% na comparação com o ano passado. Material de transporte vem em seguida (US$ 1,8 bilhão e alta de 62% frente a 2020). Na sequência, petróleo e derivados (US$ 1,4 bilhão e alta de 38%) e produtos mecânicos (US$ 1,4 bilhão e 41%).
Para o economista da Fiep, a queda nas exportações em outubro, na comparação com setembro, pode estar associada a uma redução no volume de produtos vendidos para fora. “Mesmo diante de uma depreciação de 5% na taxa de câmbio de um mês para outro, que na teoria fomentaria as exportações, o valor ficou abaixo do negociado em setembro”, avisa. “A dificuldade no acesso a insumos, que estão mais caros e escassos, e as questões logísticas, que impactam no prazo de entrega das matérias-primas para produção, também podem ter contribuído”, justifica. “Mas no ano, o saldo das exportações é bem positivo. O resultado sugere que a retomada na atividade produtiva está aquecida e em processo de recuperação”, conclui Felippe.