Inserção de novas tecnologias de irrigação permite ampliar as possibilidades de produção. Em vez de uma safra ao ano, três. Em dois anos, cinco
REINALDO SILVA
Da Redação
É oficial. A Associação dos Produtores Irrigantes do Paraná (Apip) solicitou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) a criação do polo de agricultura irrigada na Região Noroeste. O ofício foi entregue diretamente ao titular da pasta, Waldez Góes, em Brasília, na última quarta-feira (4).
A engenheira agrônoma Priscila Silvério Sleutjes representou a Apip e conversou com o ministro. Ela é produtora rural, diretora da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid) e já atuou em diferentes entidades e órgãos governamentais ligados à agricultura e à irrigação.
A percepção foi positiva. Góes se mostrou atencioso em relação à demanda e disse que priorizará a consolidação de novos polos regionais em 2025, um deles no Paraná – o primeiro, por sinal.
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Foto: Divulgação
Priscila Silvério Sleutjes teve participação importante no processo que culminou na criação do polo de agricultura irrigada no Sudoeste de São Paulo. Se antes aquela região paulista era conhecida como Ramal da Fome, graças ao uso de sistemas de irrigação, a produtividade aumentou, tornando-se referência. “O celeiro do estado para grãos e cereais.”
Ela explicou que a inserção de novas tecnologias de irrigação permite ampliar as possibilidades de produção. Em vez de uma safra ao ano, três. Em dois anos, cinco.
Em razão do uso eficiente da água, as lavouras se mantêm mesmo em épocas de estiagem, o que representa segurança e sustentabilidade para os produtores. “É economicamente viável, pois aumenta o potencial produtivo da propriedade, sem que seja necessário abrir novas áreas. Isso gera desenvolvimento econômico, com mais emprego e renda.”
A partir da entrega do ofício ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, será necessário apresentar uma série de informações sobre o Noroeste do Paraná, por exemplo, quais municípios seriam incluídos no polo de agricultura irrigada, quantos habitantes somam e que potencial têm para expandir as atividades no campo.
Uma demanda importante citada pela engenheira agrônoma é a capacidade energética, hoje deficitária em toda a região. Para que os sistemas de irrigação funcionem plenamente, seria necessário investir nas redes de fornecimento.
Aliás, esse foi o tema do evento de quarta-feira em Brasília, data de assinatura do acordo de cooperação técnica para impulsionar a infraestrutura energética, aliança formalizada pelos ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), de Minas e Energia (Alexandre Silveira) e da Agricultura e Pecuária (Carlos Fávaro).
A expectativa de Priscila Silvério Sleutjes é que o lançamento oficial do polo regional de agricultura irrigada no Noroeste do Paraná aconteça ainda no primeiro semestre deste ano, ocasião em que os agricultores irrigantes apresentarão projetos em diferentes áreas em busca de recursos financeiros para consolidar a proposta.