Seis jovens que participam do Bolsa Agentes da Cidadania, desenvolvido pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Social e Família (Sedef), foram aprovados em Medicina, Educação Física, Serviço Social, Letras e Administração em vestibulares concorridos de diversas instituições públicas e privadas. O programa admite adolescentes e jovens de 14 a 24 anos de idade, preferencialmente em vulnerabilidade social, moradores de municípios que possuam Centros da Juventude, visto que a seleção ocorre nestes locais.
Em 2022, 751 adolescentes e jovens participaram do programa em todo o Estado. Cada bolsista recebeu R$ 306 todos os meses para desenvolver atividades educativas, socializadoras e de produção cultural junto a outros adolescentes e jovens de sua comunidade, sob acompanhamento e orientação de profissional de referência do Centro da Juventude. O programa funciona como um trampolim para transformar algumas realidades.
Marcos Antônio de Proença, por exemplo, participou do Bolsa Agentes da Cidadania no município de Jacarezinho de 2018 à 2020. Depois, passou a ser estagiário do próprio Centro da Juventude. Ele foi aprovado em Serviço Social na Faculdade Integradas Norte do Paraná (Unopar).
De acordo com ele, não havia outra possibilidade que não seguir esse caminho porque a participação no programa foi determinante, em especial ao ver o quanto ele poderia contribuir para melhorar a vida de outros jovens. “A minha participação no programa foi decisiva na escolha do curso. Por meio dele, eu me descobri, a partir da convivência, da diversidade de pessoas que tratávamos no Centro da Juventude, e percebi que era essa a carreira que eu queria seguir”, contou.
“Comecei a trilhar meu caminho no Centro, tanto o profissional quanto o pessoal, não tenho palavras para explicar a minha felicidade, o amor que tenho pelo trabalho do serviço social e essa aprovação mostra o quanto me empenhei e devo muito a tudo que aprendi aqui dentro”, explicou.
Para Rubens Alves de Jesus, calouro em Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a aprovação foi a realização de um sonho, que perpassou pelas atividades desenvolvidas no Centro da Juventude. Ele iniciou no Bolsa Agentes da Cidadania em março de 2022, na entidade de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Nos reuníamos para estudar matemática, física, principalmente a área de exatas, que é uma das áreas mais difíceis do vestibular. E isso fez muita diferença para a minha aprovação em Medicina, já que é uma área que exige muita dedicação e cuidado. Agora, quero cursar a faculdade, escolher uma especialização e atuar de forma exemplar dentro da medicina”, relatou.
Já Maria Eduarda Iank, do município de Castro, nos Campos Gerais, foi aprovada na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no curso de Educação Física. Para ela, a participação no Bolsa Agentes da Cidadania fez a diferença nesta trajetória. “A bolsa representou muito mais do que momentos de lazer, descontração e aprendizado. Com ela eu pude também, ajudar minha família de alguma forma, por mais simples que seja. A minha aprovação foi a coroação de muito incentivo, esforço e sacrifícios”, contou a estudante.
PROGRAMA – Para participar do Programa Bolsa Agentes da Cidadania nos municípios com Centros da Juventude, os adolescentes e jovens precisam atender a alguns critérios: interesse do adolescente em participar; apresentar proposta de atuação nas áreas de esporte, lazer, cultura e cidadania exequível e no interesse da comunidade; quando em idade escolar, estar matriculado em sistema de ensino; e ter renda mensal familiar “per capita” menor ou igual a um salário mínimo.
As bolsas de agentes de 14 a 17 anos são pagas por meio do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA). Já as bolsas voltadas à faixa etária de 15 a 24 anos são pagas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID)/Paraná Seguro. Em 2022, as bolsas somaram um investimento de R$ 1.423.206.
Para os próximos anos, a ideia é aumentar o escopo do programa. “Queremos o maior número possível de jovens e adolescentes dentro desses espaços, para que possam ter suas vidas transformadas, por meio da educação, acesso à cultura e bem-estar”, afirmou Rogério Carboni, secretário do Desenvolvimento Social e Família. “Estamos trabalhando para que os jovens possam, cada vez mais, ter locais apropriados e não fiquem à margem da sociedade, em especial, os mais vulneráveis”.
FONTE: Agência Estadual de Notícias
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