DA UOL/FOLHAPRESS
Em recuperação de um trauma no tornozelo direito, Luiz Henrique corre para participar do duelo com o Olimpia, nesta quarta-feira (16), às 21h30 (de Brasília), no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, partida que marca o começo do fim da passagem do atacante pelo Fluminense.
Cria de Xerém, o camisa 11 tem um acordo com o Betis, da Espanha, e embarca para o Velho Continente no meio do ano.
A negociação causou indignação na torcida pelos valores envolvidos – 13 milhões de euros, cerca de R$ 72 milhões na cotação atual – e pela perda técnica que o adeus vai gerar. Havia uma expectativa de que o xodó dos tricolores, e titular desde o ano passado, pudesse protagonizar uma tratativa por cifras mais altas. O clube, inclusive, terá de negociar outros jogadores para cumprir o orçamento, segundo o próprio presidente Mario Bittencourt.
Enquanto isso, o jogador acompanha de longe toda a movimentação, e busca focar em campo, assim como foi no decorrer das conversas entre os clubes. Pela parte de Luiz Henrique, segundo o UOL Esporte apurou, houve apenas uma avaliação de que atuar no futebol espanhol pode ser positivo pelo fato de o país não oferecer um choque cultural tão grande e ter uma liga forte, com espaço para o desenvolvimento esportivo.
Em meio a esse clima quente, o Fluminense vai entrar em campo na briga por uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Na última semana, contra o mesmo Olimpia, Luiz Henrique marcou um gol que foi eleito o mais bonito da semana pela Libertadores. Na ocasião, o clube tricolor venceu o time paraguaio por 3 a 1, no Engenhão. Por isso, nesta quarta o Fluminense pode até empatar ou perder por um gol de diferença e ainda assim garantirá a classificação.
Além de a classificação manter vivo o sonho da conquista, ainda inédita nas Laranjeiras, também é importante justamente pela parte financeira. Avançando na competição, o clube vai embolsar 3 milhões de dólares, cerca de R$ 15,4 milhões. O presidente chegou a ser questionado se tal quantia não poderia ser uma solução a curto prazo, mas descartou a chance apontando prazos.
“O pagamento da Libertadores não é feito à vista. Ele é feito de 10 a 20 dias após cada partida em casa da fase de grupos. Então, entende a nossa situação? E a gente depende de classificar. Tomara que a gente consiga. Pensamos em fazer voo comercial, mas não há voo direto do Rio para o Paraguai. E a nossa logística nos apresentou que levaria de seis a sete horas para chegar ao destino. Estamos fazendo um sacrifício de pagar fretamento para fazer um voo mais curto e com mais conforto para chegar em melhores condições. Se a gente classificar, a fase de grupos começa em 5 de abril. E a gente só recebe a primeira parcela entre 10 ou 20 dias úteis após o primeiro jogo no Rio”, disse.
Luiz Henrique deixou o primeiro duelo após sofrer uma falta dura no segundo tempo, e desde então vem se recuperando para estar em campo no Defensores del Chaco.
Em meio aos protestos, Bittencourt indicou a possibilidade de o Fluminense voltar ao mercado da bola para repor a saída do camisa 11, lembrando ainda a “Fábrica de Xerém”.
“Normalmente, quando se perde um atleta da base por venda, a gente procura repor com atletas da própria casa. Mas desde janeiro, quando começamos a receber investidas, nosso departamento de scout vem olhando outros jogadores, sim, além dos da casa, para em caso de perda, que possivelmente é o que vai acontecer no meio do ano, a gente possa fazer uma reposição”, afirmou.