A Associação Negritude de Promoção da Igualdade Racial (Anpir), com sede em Paranavaí, pediu a apuração de um suposto caso de racismo durante os Jogos Escolares. As ofensas raciais teriam sido praticadas terça e quarta-feira (18 e 19) contra alunos do Colégio Estadual Cívico Militar Flauzina Dias Viegas, durante partidas de futsal.
Na manhã desta segunda-feira (24), o presidente da Anpir, Celso José dos Santos, foi até o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Paranavaí e conversou com o diretor Emerson Branco. Pediu providências.
Foi informado que o NRE é parceiro da Prefeitura de Paranavaí na realização da fase regional dos Jogos Escolares, cabendo a tomada de medidas à comissão organizadora. Independentemente das atribuições, Branco garantiu que a situação está sendo investigada e se a acusação de racismo contra os atletas for comprovada, haverá responsabilização e penalidade.
Em nota à imprensa, a Administração Municipal afirmou que fará as devidas avaliações.
“O município vai criar uma equipe multidisciplinar para apurar os fatos. Serão convocados a prestar depoimento sobre o caso: os árbitros que fizeram parte dos jogos; os treinadores dos times envolvidos; os representantes das escolas que estiveram presentes no dia dos jogos; os atletas supostamente ofendidos; o coordenador-geral dos jogos; pessoas que compartilharam publicamente informações sobre o suposto fato ocorrido; APP Sindicato; Associação Negritude de Promoção da Igualdade Racial; e a Guarda Municipal.”
Se houver a constatação de qualquer crime, “os relatórios serão enviados à Polícia Civil e Ministério Público, além do Comitê de Ética dos Jogos, que é o responsável pelas sanções desportivas”, disse a nota da Prefeitura.
A Anpir emitiu uma nota de repúdio explicando que “em dois jogos os atletas, em sua maioria negros, foram hostilizados e ofendidos racialmente, por ‘supostos torcedores’ e em função da sua condição social e de moradia”.
No texto assinado pelo presidente da Anpir, destaca-se que atitudes como essa não podem ficar impunes, sob a preocupação de serem consideradas ‘normais’. A impunidade, enfatizou a nota, pode “estimular e perpetuar as atitudes racistas e de discriminação social, ou de outras formas de preconceitos e discriminações”.