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Estudo mostra situação da Bacia do Paraná
Foto: IAT
Estudo mostra situação da Bacia do Paraná Foto: IAT

MEIO AMBIENTE

Bacia do Paraná perde 31% da vegetação nativa em 37 anos

A bacia hidrográfica do Paraná perdeu, entre 1985 e 2022, 31% da área coberta por vegetação nativa. Já a área destinada à produção de soja aumentou 10 vezes no mesmo período. Em 2022, já ocupava 107 mil hectares a mais do que a vegetação nativa. Por outro lado, a vazão de segurança da bacia teve uma redução de 18% entre as décadas de 1970 (1970–1979) e 2010 (2012–2021).

Esses são alguns dos resultados de uma análise de dados inédita realizada no projeto especial Cerrado – O Elo Sagrado das Águas do Brasil, após 12 meses de investigação conduzida pela Ambiental Media com base em dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do MapBiomas.

A bacia do Paraná registrou ainda uma redução de 21% na quantidade de chuvas desde a década de 1970 e alta de 8% na evapotranspiração potencial, que indica a quantidade de água que o solo e a vegetação devolvem à atmosfera devido à radiação solar (e está diretamente ligada às mudanças climáticas).

 Síntese de dados da bacia do Paraná

 •          Redução de 18% na vazão mínima de segurança (de 2.073 m³/s para 1.706 m³/s)

•           Aumento de 978% na área de produção de soja (de 400.273 ha para 4.315.874 ha)

•           Redução de 31% na vegetação nativa (de 6.135.659 ha para 4.208.423 ha)

•           Pluviosidade: queda de 21% (de 112,23 mm/ano para 88,18 mm/ano)

•           Evapotranspiração potencial: aumento de 8% (de 116 mm/ano para 125,99 mm/ano)

O projeto – Em uma cooperação técnica (não comercial) focada no processamento de dados, o time da Ambiental teve acesso a grandes volumes de dados da ANA com informações desde a década de 1970. Também foram analisados 37 anos de dados de uso e ocupação do solo do MapBiomas. O trabalho foi realizado sob a coordenação científica de Yuri Salmona – geógrafo, doutor em Ciências Florestais pela Universidade de Brasília (UnB) e diretor-executivo do Instituto Cerrados.

Dados de uso do solo – Para compreender a crescente demanda por água no Cerrado, o time da Ambiental analisou o avanço do desmatamento e das monoculturas de soja de 1985 a 2022. Considerando as seis grandes bacias, os dados do MapBiomas indicam redução de 22% na vegetação nativa e aumento em quase 20 vezes da área plantada de soja, passando de 620 mil hectares para mais de 12 milhões de hectares.

As águas por um fio – Conhecido como o “coração das águas do Brasil”, o Cerrado é o segundo maior bioma do país, ocupando 25% do território nacional e abastecendo 8 das 12 regiões hidrográficas brasileiras. Situado, em grande parte, em altitudes elevadas, seu relevo favorece o fluxo de rios e aquíferos. É responsável por 90% da vazão do rio São Francisco e por praticamente toda a água do Pantanal. Sustenta, inclusive, gigantes da Amazônia, como os rios Xingu e Tapajós. Uma das reportagens do projeto mostra, por meio de um infográfico ilustrado e interativo, a intrincada e interdependente relação entre os ciclos hidrológicos dos dois biomas.

Apesar disso, o Cerrado se tornou o principal palco da expansão do agronegócio exportador de commodities, que já ocupa quase metade de sua extensão, segundo o MapBiomas. A situação é agravada pelas mudanças climáticas. Por possuir legislação ambiental menos rigorosa do que a da Amazônia, o Cerrado ficou conhecido como bioma do sacrifício. “Quando o Cerrado é devastado, estamos colocando em risco os recursos hídricos do Brasil, afetando a todos nós”, alerta Salmona.

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