REINALDO SILVA
Da Redação
A estiagem favorece a ocorrência de incêndios ambientais. O alerta é do tenente do 9º Subgrupamento de Bombeiros Independente (9º SGBI) de Paranavaí Victor Kamei, que explica: “As matas ficam secas e, se há vento, qualquer pequeno foco pode tomar grandes proporções em velocidade muito rápida”.
A preocupação tem um motivo: dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) indicam que a umidade relativa do ar está baixa. Nesta sexta-feira (30), por exemplo, Paranavaí chegou a 24%. Só para dar uma ideia da situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como ideal para a saúde humana entre 50% e 60%.
A previsão para este sábado (31) é ainda menor, com valor mínimo de 19%. Na próxima terça-feira (3 de setembro), pode chegar a 17% e descer a 11% na quarta-feira (4).
De forma simplificada, o índice de umidade relativa do ar representa o quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera em relação ao total máximo possível e proporcionalmente à temperatura.
Falta chuva. De acordo com o Simepar, o volume acumulado de precipitação em agosto deste ano é de 36,2 milímetros, menor que a média histórica para o período, 63,3 milímetros. Apesar de a escassez chamar a atenção, há registros ainda mais baixos, um deles em 1999, zero milímetro.
Ainda segundo as previsões do Simepar, setembro deverá começar da mesma forma que a maior parte de agosto, sem chuva. O período de seca se estenderá pelo menos até o dia 13.
INCÊNDIO
O cenário é propício para a propagação de fogo em terrenos baldios, propriedades rurais e áreas florestais. O sistema do 9º SGBI aponta 82 atendimentos de 1º a 30 de agosto deste ano só em Paranavaí. São 78,26% a mais que no mesmo período de 2023, quando os bombeiros contabilizaram 46. A maioria dos casos foi em vegetação, mas também há imóveis e automóveis danificados pelas chamas.
O tenente Victor Kamei fala da influência humana. Um dos exemplos é a bituca de cigarro: a pessoa fuma e joga a bituca na mata seca, fácil de pegar fogo e se alastrar. O apelo é não fazer o descarte em local inapropriado.
Ele faz outro apelo: “Não realize limpeza de terreno com queimada. Além de ser crime ambiental, pode fugir ao controle e virar um incêndio gigantesco”.
Para quem mora na área rural, a orientação é manter corredores de três a cinco metros sem plantações. Em casos de incêndio, essa separação em blocos, chamada de aceiro, evita que as chamas se espalhem de uma área para outra.
Situações de emergência devem ser informadas ao Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193.