Resistência de pais e responsáveis legais à aplicação do imunizante nas crianças é o principal entrave para que o município avance na proteção contra o coronavírus
REINALDO SILVA
Da Redação
A baixa adesão à vacinação infantil contra a Covid-19 em Paranavaí preocupa a coordenadora municipal da Imunização, Grazieli Neves Barbaço. “Ainda tem muita resistência por parte dos responsáveis, mesmo estando inserida no calendário da criança com menos de 5 anos, ou seja, obrigatória.”
Dados do Ministério da Saúde confirmam a declaração. De acordo com o painel nacional de cobertura vacinal, em Paranavaí 39,76% das crianças com 6 meses a 4 anos receberam duas doses do imunizante. Considerando a mesma faixa etária, o índice da terceira dose cai para 15,01%.
Os números sobem no recorte de 5 a 11 anos de idade. Para esse grupo, Paranavaí alcançou 66,14% na segunda aplicação e 35,35% na seguinte.
Os valores não são muito diferentes dos registrados em todo o país. Em média, 33,4% das crianças brasileiras com 6 meses a 2 anos receberam a segunda dose da vacina e 10,4%, a terceira.
No grupo de 3 a 4 anos, o Brasil tem 29,8% das crianças vacinadas duas vezes e 14,8%, três vezes. Na faixa de 5 a 11 anos, os índices chegam a 60,2% e 23,4%, respectivamente para a segunda e a terceira doses.
A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para a vacinação infantil é de 90%.
Diante da realidade, a coordenadora da Imunização faz um apelo: “Se tem a oportunidade de tomar a vacina e ficar protegido, por que não? As pessoas esperam ter um monte de internamentos, um monte de problemas, para tomar uma atitude”.
Grazieli Neves Barbaço destaca que o avanço da vacinação foi determinante para reduzir os casos de Covid-19 moderados e graves, a ocupação de leitos hospitalares e os óbitos.
“Se contornamos a pandemia, é porque estamos vacinados”, assegura a coordenadora da Imunização de Paranavaí. Dentro da condição de normalidade, mesmo quem ainda não completou o esquema de imunização fica protegido pela barreira criada contra o vírus.
As vacinas estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde de Paranavaí.
Situação controlada
Os efeitos positivos da vacinação contra a Covid-19 podem ser verificados, na prática, pelos números registrados nos municípios do Noroeste do Paraná.
Em 2020, primeiro ano da pandemia, ainda sem imunizantes no Brasil, 97 pessoas morreram por complicações da doença. O primeiro óbito de Paranavaí foi confirmado em abril.
O período mais crítico da doença viria no ano seguinte. As vacinas chegaram em janeiro de 2021, mas em quantidades insuficientes para atender a toda a população, o que levou à definição de grupos prioritários para aplicações escalonadas. 658 pessoas morreram no Noroeste.
Com o avanço da estratégia de imunização, em 2022 o cenário se transformou. Os sintomas da Covid-19 se tornaram mais brandos na maioria dos casos, o que reduziu o número de internamentos e óbitos. 103 pacientes morreram.
Em 2023, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou 15 óbitos provocados pela Covid-19. Em 2024, foram oito.
A enfermeira da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Patrícia Okubo, confirmou: a situação está controlada.
O vírus perdeu força, mas não foi extinto. Nesse sentido, a orientação da enfermeira é que as pessoas que apresentarem sintomas usem máscara de proteção facial em locais públicos, a fim de evitar a disseminação. É preferível que busquem atendimento médico, especialmente se houver manifestações mais severas da doença. (RS)