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Casal de atletas durante competição
Foto: Matheus Sebenello
Casal de atletas durante competição Foto: Matheus Sebenello

BODYBUILDER

Bastidores do fisiculturismo: sacrifícios e desafios enfrentados pelos atletas

Escolhas feitas por conta do esporte impactam na vida social e também na rotina familiar

Para muitos, o fisiculturismo é um esporte de corpos esculturais e muita disciplina, mas poucos conhecem os bastidores e os desafios enfrentados pelos bodybuilders (atletas da modalidade) antes da chegada aos palcos.  

Para conhecer melhor a realidade desse esporte, o Diário do Noroeste entrevistou o casal de fisiculturistas paranavaienses Barbara Benites, 28, e Gustavo Guidetti, 22, que vão competir no Campeonato Brasileiro, a ser realizado em São Paulo no sábado (19) e domingo (20). Ambos fazem parte da equipe Team Capello e são orientados pelo coach Rodrigo Capello.

O casal falou sobre os bastidores da preparação para os campeonatos, rotina de treinos, dietas e os sacrifícios feitos. Eles também contaram quando iniciaram e como conheceram a modalidade.

Guidetti relembra que começou a competir em 2023. “Um amigo me falou: por que você não compete? Eu nem sabia direito como funcionava. Entrei em contato com um treinador da cidade, que viu meu potencial e montou uma preparação de 15 semanas para a minha primeira competição em Santa Catarina. Desde então, não parei mais.”

Já Barbara era atleta de corridas de rua e provas de longa distância. “Comecei a atender pessoas que treinavam musculação e, assim, fui conhecendo mais o universo do fisiculturismo. Em 2024, decidi começar a preparação para competir, querendo entender as mudanças que o corpo sofre nesse esporte, que é muito diferente dos que já pratiquei.”

Eles explicam que o fisiculturismo é muito mais que músculos e uma aparência bonita, é um esporte que exige disciplina intensa, principalmente na alimentação, considerada uma das partes mais difíceis na preparação. 

“A parte mais difícil não é o treino pesado, mas a fome. No período de preparação, a restrição alimentar é forte, e isso mexe muito com o psicológico. Você tem vontade de comer coisas que não pode, mas não tem negociação”, disse Guidetti.

Para Barbara, que veio de outra modalidade, a mudança foi grande. Ela revelou que chegou a passar fome algumas vezes e foi necessário parar de trabalhar na reta final das preparações para as competições.

“A alimentação, o sono, tudo muda. O corpo entra em estado de alerta, o percentual de gordura fica tão baixo que o organismo reage.”

A escolhas feitas por conta do esporte no início impactam na vida social e até mesmo familiar. Eles explicam que as pessoas não entendiam quando recusavam certos alimentos ou até mesmo quando deixavam de comer em algumas ocasiões.

Eles também ressaltam que nem toda a preparação é feita com restrição alimentar, há também os períodos de “off”, que é quando os atletas precisam de muita comida. “Eu chego a comer meio quilo de arroz em cada refeição e são seis durante o dia. Então acaba sendo muita coisa”, disse o fisiculturista.

Outro ponto destacado por eles é que nos dias que antecedem as competições a maioria dos atletas faz uma hiper-hidratação, quando chegam a beber 14 litros de água em apenas um dia. A quantidade vai reduzindo e nas vésperas de subir aos palcos não ingerem nada de líquido.

Sobre o preconceito que o fisiculturismo carrega em relação ao uso de esteroides, eles avaliam que isso acontece pela falta de informação sobre o tema no Brasil.

 “Muita gente associa o esporte só a isso, mas existe uma diferença grande entre uso controlado e abuso. Falta informação, e isso atrapalha a imagem do fisiculturismo no Brasil”, analisou Guidetti. Já Barbara ressaltou que para competir ou ficar com o corpo bonito não é obrigatório fazer o uso de tais substâncias. 

Ambos concordam que a escolha pelo esporte é consciente. “Eu estou fazendo isso por que eu quero e gosto”, enfatizou o atleta.

Para quem quer começar, Barbara aconselhou a ter paciência e planejamento. “Esse esporte é uma maratona, não um sprint. É importante encontrar um treinador que te oriente e planeje seu caminho. A competição é só uma parte de tudo.”

Eles reforçam que o fisiculturismo é um estilo de vida. “Você come, dorme e respira o esporte 24 horas por dia. Não é só sobre ter um corpo bonito, mas sobre superação, saúde e equilíbrio”, finalizou Guidetti.

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