“Nós esperávamos que Ele fosse o Salvador, mas já faz três dias.” (Lc 24,21).
Em Jesus de Nazaré a esperança floresceu ninguém falou assim como Ele, ninguém agiu com tanto amor e misericórdia revelando-nos o amor do Pai, principalmente daqueles que estavam sem esperança. O que o profeta Isaías anunciou, Ele realizou. Mas as autoridades cortaram as esperanças, muitos o rejeitaram, não podia ser, tão humano, tão humilde, tão desarmado. “Como ovelha levado ao matadouro, Ele não abriu a boca, Ele assumiu as nossas dores, tão desfigurado que nem gente parecia, na verdade Ele foi sacrificado, por suas chagas nós somos curados”. (Is 53,2.5.7s.) Perante Pilatos no tribunal, um julgamento injusto, mas por trás das palavras, o condenado se torna o juiz: “O que é a Verdade?” (Jo 18,28-38). Alguns preferiram Barrabás a Ele, e hoje? Os romanos invadiram Jerusalém, destruíram o Templo, muitos morreram, outros fugiram para a decápole. Até parecia que a esperança ia florescer em Roma, mas Nero começou a perseguição e o martírio de nossa gente, refugiamo-nos nas catacumbas e até celebrávamos a eucaristia. Muitos foram entregues às feras no circo romano.. As irmãs choram a morte do irmão, muitos as visitam, choram e se lamentam, Ele é nosso amigo, quem sabe Ele possa nos ajudar: “Senhor se estivésseis aqui meu irmão não teria morrido”. O amigo vem, se emociona, chora e clama: “Lázaro vem para fora”. E a esperança retornou. Jo 11,21-25) Na estrada de Naim tinha uma mulher chorando, seu filho morto era levado pro enterro. Jesus chamou o morto… e a esperança voltou. (Lc 7,11-17) Jesus visita uma casa cuja filha tinha morrido, Jesus chama: Talita cumi, (menina levanta-te) e esperança voltou. (Mc 5,41-42)
Feridas abertas nos milhares de refugiados da guerra, em assentamentos, acolhidos em vários países, inclusive no nosso. Milhares de feridos nas guerras, mutilados, de feridas não curadas, os estrondos de mísseis, de bombas, que tudo destroem, até a esperança de paz. “É meu direito de defesa”, direito de matar? Quantos rejeitam novamente Jesus, o condenam, o rejeitam, até gostam de suas palavras, mas!…
Então é Páscoa, páscoa é passagem do passado, presente e do futuro… Deus salvou outrora, Deus salva hoje, Deus salvará amanhã!
Passagem da “Casa de Escravidão” para a “Casa da Liberdade”, a “Terra Prometida”.
Passagem pelo “Mar Vermelho”, passagem pelo “Deserto”, Êxodo.
Passagem da “Morte” para a “Vida”. “O Cordeiro imolado” o sangue marcou as portas, sangue da Aliança… Todo ano celebrada na esperança da “Nova Aliança”…
Passagem de Jesus de junto do Pai para se encarnar e conviver com e como homem… Passagem salvadora do “Serviço” obediente de restauração e vida recriada, “vida em abundância”…
Senhor e Mestre, mas se faz “Servo Obediente”, autoridade servidora, humilde e paciente senta à mesa com os pequenos e pecadores, se faz “Homem das dores”, “por suas chagas fomos curados”…
Misericórdia e compaixão por sua mão a vida renasceu… Ao lado dos humilhados, sofredores do mundo, vencido pelo poder prepotente se faz vítima e não vencedor, “Cordeiro Pascal imolado”.
É tempo de esperança, vencer o medo, o pessimismo, a tristeza, olhar o túmulo vazio e proclamar: “Cristo ressuscitou não está aqui”.
A esperança como criança sorri, é tempo de recuperar a fé, a Vida é mais forte, venceu a morte, renasceu!
É tempo de perdão, reconciliação, abraçar o irmão, de viver em comunidade, “superar a violência pela Fraternidade”. É Páscoa da Ressurreição “Somos todos irmãos!”. “A esperança é o ar que o cristão respira. Com Deus, ninguém nos rouba a esperança. ‘Não vos deixes roubar a esperança’”, nos diz o papa Francisco.
DESEJO-LHES UMA FELIZ PÁSCOA!
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.