A educação é um caminho de crescimento e transformação. Nos próximos dias, inúmeros estudantes voltarão aos bancos das escolas, colégios e faculdades. Mas o que se espera dessa educação? A grande santa carmelita Teresa Benedita da Cruz, também conhecida como Edith Stein (1891-1942), era uma exímia professora e apaixonada pela formação. Nesse tempo de volta às aulas, será oportuno refletir um pouco sobre sua concepção de educação.
A partir de uma terminologia poética e mística, referindo-se à grande mestra Santa Teresa de Jesus, Edith Stein afirma que a formação “é das artes mais elevadas, cujo material não é nem madeira nem pedra, mas a alma humana” (STEIN, 2004). Essa belíssima imagem faz notar o significativo papel daqueles que são educadores como verdadeiros artistas.
A missão de tal artista é regida pelo amor e, por isso, não deixa lugar para o temor. Nesse sentido, “o meio mais eficaz para a educação não é a palavra doutrinadora, mas o exemplo vivo sem o qual a palavra carece de valor” (STEIN, 2002). De fato, basta recordarmos dos tantos educadores que passaram por nossas vidas e certamente a memória agradecida recairá principalmente sobre aqueles que buscavam ensinar com amor e dedicação.
Para a filósofa alemã, formação é a “configuração de toda a alma ao que ela deve ser” (STEIN, 2004). Por isso, “a formação não é a possessão de conhecimentos exteriores, mas a configuração que a personalidade humana assume sob a influência de múltiplas forças formadoras” (STEIN, 2002). Ela encaminha a pessoa para a plenitude de sua essência. Trata-se de uma aventura interior, na qual vida e pensamento estão indissoluvelmente unidos. Refere-se à ideia de uma abertura de coração, movida pela força transformante da verdade.
Para explicitar o fato de que a primeira e a mais fundamental configuração ocorre no interior da pessoa, a carmelita recorre à imagem de uma semente. Do mesmo modo que um germe esconde determinada forma interior, com uma força invisível, que faz com que cresça uma árvore, também no ser humano se esconde uma forma interior. Ela é responsável pelo desenvolvimento da pessoa em determinada direção. Assim, chegar-se-á a uma configuração determinada de sua personalidade madura, plenamente desenvolvida, e com com suas particularidades individuais definidas.
A essa energia primeira se juntam outras, que provêm tanto do exterior quanto do interior. Por exemplo, uma criança pequena, com toda sua potencialidade interior, é dependente também de formadores externos. Eles providenciam os alimentos e outros elementos que permite o desenvolvimento da criança. Por isso, se poderá dizer que a efetivação de tarefas adequadas a partir do exterior possibilitará ao formando chegar ao cume da realização de seu potencial.
Portanto, no início deste ano escolar, responsáveis, educadores e educandos são convidados a se abrirem à bonita possibilidade formativa que se apresenta para 2022. O Aos responsáveis, fica a pergunta: que condições você tem dado para que o estudante tenha sua plena capacidade desenvolvida? Ao educador, que critérios você tem utilizado para fazer aflorar a potencialidade do estudante? Ao estudante, quais metas você quer se colocar para crescer e se deixar transformar ao longo do ano que se inicia?
Você poderá acessar esse artigo completo em: A ARTE DE FORMAR | Basilíade – Revista de Filosofia (fasbam.edu.br)
Frei Edimar Fernando Moreira, O.Carm.