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RELIGIÃO

Beber da Fonte

O evangelho não nos conta o que Ele escreveu, mas afirma que algo foi escrito, então pensamos se, além do que falou, Ele também ensinou com a escrita. Imaginamos que sim, afinal Ele sempre ensinava e o fazia com carinho, com zelo. Numa interpretação se diz que Ele escrevia a lista dos pecados dos seus adversários.

“Jesus não responde, se cala e realiza um gesto misterioso: inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. Desta maneira convida todos à calma, a não agirem de impulso e procurar a justiça de Deus” (Papa Francisco) Eles já estavam prontos para julgar e condenar e executar o castigo.

Temos muito que aprender com o Mestre Jesus, que, mesmo no silêncio, nos ensina mais que todas as palavras. E o Papa Francisco nos faz refletir sobre a calma que Jesus provocou naquele momento. Para aprendermos, é preciso estar atentos, porque as palavras ensinam, mas o silêncio também.

“Ao escrever no chão, Jesus se diferencia da prática dos escribas, que sempre invocam o que está escrito. Jesus mesmo escreve o novo ensinamento, ditado por seu coração. Nunca alguém chegou a saber o que Jesus escreveu. Podemos imaginar que Ele fez de conta que iria escrever a sentença e, depois a proclamou”.

Os discípulos aprenderam com o Mestre e depois partiram para multiplicar os ensinamentos. Temos sido como os discípulos e multiplicado os ensinamentos de Jesus?

O evangelho deste domingo é o pano de fundo do cartaz da Campanha da Fraternidade 2022. É o evangelho da pecadora que seria apedrejada, pois foi pega em adultério. Jesus manda que aquele que não tivesse pecado, atirasse a primeira pedra. “Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. (…) e, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão” (Jo 8,6b.8).

O que será que sentiu e pensou aquela mulher, enquanto Jesus escrevia no chão? Não é difícil imaginar os sentimentos dela, afinal, o medo, a insegurança, o pavor, a incerteza invadiam-na naquele momento, diante da situação de morte. Mas um novo sentimento surgia, a esperança, afinal ela ainda vivia e existia uma possibilidade de viver. “Ao escutar as acusações contra a mulher pecadora, o Mestre toma a palavra e faz valer a misericórdia e o perdão como caminho novo para aquela mulher continuar a viver resgatada na força do amor, da compreensão e da Boa-Nova do Reino”. E as pedras continuam sobre a mesa nos relembrando como podem ser destruidoras, quando não escolhemos a melhor proposta. Voltamos à escrita de Jesus. Não se sabe o que Ele escreveu. À luz da espiritualidade quaresmal, o autor apresenta uma releitura da cena com uma possível escrita sobre o chão: AMOR E SABEDORIA. As palavras foram retiradas do lema da CF 2022: “Fala com sabedoria, ensina com amor”. (cf. Pr 31,26). O cartaz nos remete à cena com uma sensibilidade especial, temos certeza que o amor falou mais alto e que a sabedoria reinou na mente e no coração daqueles homens. Não sabemos o que Jesus escreveu, mas concordamos com o autor do Cartaz que estas palavras só poderiam ser escritas pelo MESTRE, que mais uma vez transformou situações e resgatou vida. “O modo de ensinar de jesus transformou e ainda hoje pode modificar a vida de muitas pessoas (…) Sua pedagogia consiste em ensinar, levando em consideração toda a realidade que cerca as pessoas com as quais se encontra. Ela respeita o tempo, a experiência, a mentalidade, as concepções que as pessoas tinham. Ele é paciente no ato de ensinar, demonstra interesse por aquilo que o outro traz para o diálogo, se escuta e apontar caminhos (Jo 4,7-26). Jesus, “buscava, assim criar condições para despertar nos corações das pessoas o desejo de aprender, sobretudo as verdades mais importantes para vida eterna”. “Educação também contribui para uma forma de vida ao sabor do Evangelho (…) É pela força da Palavra de Deus que nasce um estilo de vida que favoreça o nascimento da cultura do encontro e da fraternidade como resposta de um processo educativo integral que forma para o serviço ao próximo”. “Educar com sabedoria e amor é estimular o cuidado pela vida, desde a concepção, passando pelo fim natural, até a eternidade. Convictos do poder transformador da educação pedimos: Senhor, ajudai-nos a criar um mundo novo!”.

(Texto-Base CF 2022)

Frei Filomeno dos Santos O.Carm.

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