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RELIGIÃO

BEBER DA FONTE

Na Escalada do Monte Carmelo, com Maria e os Carmelitas encontram-nos com o silêncio. É um dos meios que nos prepara no Caminho para o encontro com Deus.

A nossa tradição espiritual convida-nos, desde o princípio, a submergirmos no “silêncio de um esconderijo solitário”. Para se poder ouvir a voz do Senhor e entender a sua Palavra é preciso fazer silêncio: “Uma Palavra disse o Pai, que foi o seu Filho, e esta Ele a diz num eterno silêncio, e em silêncio tem que ser escutada pela alma”.

Para aprender a língua de Deus e poder balbuciar uma resposta, é preciso que a pessoa em todas as suas dimensões (espirituais, psíquicas e físicas) se adapte ao som silencioso da sua voz e à sua luz que cega.

“O silêncio e a solidão são uns irmãos e uma irmã que se dão pela mão para ajudar-se mutuamente.” O padre carmelita Miguel de Santo Agostinho diz: “Todos sabemos que o silêncio é indispensável à vida interior e mística”. Tanto a Regra como as Constituições insistem muito no silêncio.

A oração é relação com Deus. Por isso, a primeira exigência para se ter tal relação, é a capacidade de escuta.

Silêncio é dar espaço a uma voz… é ter capacidade de acolher. E, é neste ponto que encontramos em Maria e em Elias o modelo que ao longo da História pelos nossos pais espirituais interpretaram o OBSÉQUIO A JESUS CRISTO

EM RELAÇÃO A VIRGEM MARIA, nossa padroeira, em cujo obséquio queremos viver, porque nela encontram o modelo de uma existência plena em Cristo. Nós, como Carmelitas, olhamos para Maria para compreender e viver profundamente sua atitude de escuta e resposta à Palavra de Deus. Com ela queremos buscar uma familiaridade sempre mais íntima de vida com Deus e construir, desta forma, profundas e vivificantes relações com os outros. Considerar Maria como modelo inspirador de nossa vida significa para nós, em última análise, aproximar-nos ao Cristo e conformar-nos a Ele na tríplice abertura: a Deus, através da escuta e da oração, a nós mesmos, através da encarnação da nossa identidade, e aos outros, através do serviço generoso, especialmente às pessoas humildes e abandonadas.

“Um santo amadurece no silêncio” … Deus tem um jeito de lidar conosco. Ele começa sempre por enviar ao “deserto” aqueles aos quais quer confiar uma difícil missão de serviço a seu povo.

O SILÊNCIO É UM TEMPO DA VERDADE, MOMENTO EM QUE O HOMEM ASSUME SUA POBREZA E ABRE-SE AOS DONS DE DEUS. Tempo de aprofundamento da fé. Tempo de rupturas necessárias para acolher uma liberdade nova e preparar para viver uma nova comunhão com todos os homens.

SILÊNCIO E PALAVRA: “o silêncio não difere da palavra interior”

Em uma primeira etapa, o silêncio abre-nos à Palavra de nossa própria consciência. Que seria, com efeito, para o homem, um pensamento sem palavras para expressá-lo? Do mesmo modo o SILÊNCIO: SEM NENHUMA PALAVRA INTERIOR, NÃO SERIA UM VAZIO INCONSCIENTE?

Em segundo plano, o silêncio abre-nos à Palavra de Deus que toca nosso “coração” pelas palavras de Cristo e a inspiração do Espírito.

O silêncio não é, pois ausência ou recusa da palavra, e sim acolhimento de toda palavra interior onde deveria enraizar-se a palavra exterior. Se a palavra não for entrecortada de silêncio e envolvida por ele, torna-se um alaúde de vocábulos e a música, uma cacofonia. Sem o silêncio que as precede e que as segue, a palavra humana e a música tornar-se-iam insuportáveis sons ininterruptos! O silêncio concede a cada palavra e a cada nota de música sua densidade e cor próprias.

Não é sem razão que, na tradição bíblica, o silêncio precede ou sucede à Palavra. Ele esclarece, a seu modo, o diálogo entre Deus e o homem. As cenas das manifestações de Deus são muitas vezes como que envolvidas por imenso silêncio respeitoso: “O Senhor está em seu Santuário Sagrado: silêncio em sua presença, terra inteira!” (Hab 2,20). “Escuta ó Israel.”

O SILÊNCIO QUE ESCUTA: portanto o silêncio nos esvazia de nossas palavras, opiniões, de nós mesmos para dar lugar a Deus e à sua Palavra.

SE DEUS FALA… EU FAÇO SILÊNCIO E ESCUTO…

Maria escutava e meditava no coração todos os acontecimentos, Palavra do Senhor; assim o Carmelita faz silêncio para escutar e depois dar uma resposta.

A Palavra de Deus só pode tocar o coração daquele que está disponível, em estado de escuta. Somente quem é pesquisador de Deus, enamorado do silêncio, que vive “À ESCUTA DE DEUS,” PODE OUVÍ-LO.

Frei Filomeno dos Santos O.Carm.

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