DISCÍPULO:
O SEGUIMENTO DE JESUS…
Jesus passa, olha e chama (Mc.1,17-20). Os que são chamados o conhecem. Já tiveram alguma convivência com ele (Jo.1,39; Lc.5,1-11). Sabem como ele vive e o que pensa. O Chamado é um longo processo de repetidos chamados e respostas, feito de avanços e recuos. Começa à beira do lago (Mc.1,17) e só termina depois da ressurreição (Mt.28,18-20; Jo.21,22). Na prática, o chamado coincide com a convivência, “desde o batismo de João até o momento em que Jesus foi levado ao céu” (At.1,21-22).
Quem chama?
Às vezes, é Jesus… Próprios discípulos convidam outros…
João Batista aponta o “Cordeiro de Deus”
A própria pessoa se apresenta para seguí-Lo…
Seguir Jesus:
A maior parte dos que “seguem” Jesus são pessoas simples do povo, sem muita instrução, pescadores,
Os doze – Comunidade ampla de homens e mulheres – Os 72
Pedro – Tiago – João… Nicodemos – José de Arimatéia – Zaqueu – A Samaritana – O oficial romano…
O SEGUIMENTO:
No mesmo chamado há duas finalidades: “FICAR COM ELE” (COMUNIDADE) E “ENVIÁ-LOS A PREGAR E EXPULSAR OS DEMÔNIOS” (MISSÃO).
“FICAR COM ELE” OU SEGUIR JESUS significava sobretudo:
SEGUIR O EXEMPLO DO MESTRE JESUS: Jesus é o modelo a ser recriado na vida do discípulo ou da discípula (Jo.13,13-15). A convivência diária permite um confronto constante. Na “ESCOLA DE JESUS” só se ensina uma única matéria: O Reino! E este reino se reconhece na prática de Jesus.
PARTICIPAR DO DESTINO DO MESTRE: Quem “segue” Jesus deve comprometer-se com ele e “estar com ele nas tentações” (Lc.22,28), inclusive na perseguição (Jo.15,20; Mt.10,24-25) e na morte (Jo.11,16).
TER A VIDA DE JESUS DENTRO DE SI: Depois da Páscoa, à luz da ressurreição, acrescentou-se uma terceira dimensão. Identificar-se com ele (Fl.3,10-11). É a dimensão mística, fruto da ação do Espírito. “VIVO, MAS NÃO SOU EU, É CRISTO QUE VIVE EM MIM” (Gl.2,20).
Dentro da comunidade mais ampla, forma-se assim um pequeno núcleo de doze que corresponde às doze tribos do Antigo Testamento e simboliza o novo Povo de Deus (Mt.19,28). E mesmo dentro do núcleo dos doze, de acordo com a finalidade do momento, aparecem grupos menores. Por exemplo, várias vezes, Jesus chama Pedro, Tiago e João para rezar com ele. (Mt.26,37-38; Lc.9,28).
D.A. 131 O chamado que Jesus Mestre faz, implica uma grande novidade. Na antiguidade, os mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os Mestres da Lei propunham a adesão à Lei de Moisés. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte de vida (Jo.15,1-5) e só Ele tem palavras de vida eterna (Jo.6,68) Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas bem originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre, foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei…), mas para Alguém, escolhidos para se vincularem intimamente à Pessoa dele (Mc.1,17; 2,14). JESUS OS ESCOLHEU PARA “QUE ESTIVESSEM COM ELE E PARA ENVIÁ-LOS A PREGAR” (Mc.3,14), PARA QUE O SEGUISSEM COM A FINALIDADE DE “SER D’ELE” E FAZER PARTE “DOS SEUS” E PARTICIPAR DE SUA MISSÃO. O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é formar-se para assumir seu estilo de vida e suas motivações (Lc.6,40), correr sua mesma sorte e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas.
Frei Filomeno dos Santos O. Carm.