A palavra de Deus tinha entrada franca na vida de Maria e nela não encontrava nenhum obstáculo. Encontrava um coração aberto e uma vontade disposta que dizia: “Eu sou a serva do Senhor faça-se em mim segundo a tua Palavra”, ou seja, estou aqui às ordens de Deus! Por causa disso ela já não pertencia mais a si mesma. Pertencia a Deus. Era de Deus totalmente. “O Senhor está contigo”.
Ela se amarrou em Deus e se dizia a sua empregada ou serva. Deus tomou conta da vida de Maria, ela deixou que Ele tomasse conta. Não opôs nenhuma resistência nunca, nem sequer um pouco. Não diz, “Eu vou fazer”, mas “Faça-se”!
Da Conceição até à Assunção!
A Igreja ensina que Deus tomou conta da vida de Maria, desde o seu primeiro começo, até o seu último fim, desde o momento em que ela foi concebida até o momento em que foi levada ao céu, isto é, desde a sua Imaculada Conceição até a sua Assunção ao céu.
Maria diferentemente de nós, não precisou esperar o fim dos tempos para receber um corpo glorificado.
Depois de sua vida terrena ela já está junto de Deus com o corpo transformado, cheio de graça e de luz.
Jesus que foi gerado por Maria no seu ventre dando-lhe a sua carne e o seu sangue que o criou, formou, educou-o na encarnação mais do que ninguém foi modelo do Discípulo fiel, e de disponibilidade à ação do Espírito Santo para que nela se modelasse e se realizasse plenamente a vontade do Pai. Associou-se à paixão\morte de seu Filho na cruz, tornando-se Mãe do Redentor, torna-se Mãe dos filhos Redimidos por Ele e nascidos para a sua Igreja.
Jesus recebeu a Vitória da Ressurreição e quis dar a sua mãe o maior presente que o Filho poderia dar-lhe de gozar de corpo e alma da sua vitória no céu.
Ela foi glorificada pela Glória do seu Filho, pelo poder Dele, Assunta aos céus…
“A Arca da Aliança”… Trazia dentro os 10 mandamentos, o maná como símbolos sagrados da presença de Deus no meio de seu povo. Maria – Arca da Nova Aliança – por ser “Cheia de Graça” e “Bendito o Fruto do seu Ventre”
Maria que gera no seu ventre o Salvador – Messias é esta Arca da Aliança…
Uma Mulher vestida do sol tendo a Lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas:…
A vitória de Cristo Redentor sobre as potências do mal é o tema fundamental do Apocalipse 12, há uma ligação com Gênesis 3,15.
Guardando fielmente os mandamentos de Deus, cada Cristão participa da vitória do Messias sobre as forças do mal. É de uma maneira superior que a Igreja participa do mesmo triunfo.
Enfim, A MULHER COROADA DE ESTRELAS, que dá a luz ao Messias nos é mostrada definitivamente triunfante; ela traz uma coroa como símbolo de sua vitória. É unicamente o apocalipse que aplicando esse triunfo À Mãe do Messias da seu sentido definitivo ao oráculo de Gn 3,15 que fala da vitória da mulher sobre a serpente tentadora. A Igreja fundamentou-se nestes textos para proclamar os dogmas da Assunção e da Imaculada Conceição de Maria.
Se a coroa da mulher tem 12 estrelas significa que seu triunfo total sobre as forças do mal, é uma antecipação profética da vitória final das 12 tribos do Novo Povo de Deus Israel, isto, é a Igreja.
A relação entre Maria e a Comunidade de Fé existe não só um laço de origem, mas uma analogia profunda: Como o Antigo Israel. Maria deu a luz o Messias e como a Igreja, também ela é Mãe de todos os discípulos de Jesus. Seu destino pessoal identifica-se com o de Israel total, Antigo e Novo.
E Maria morreu? Uns dizem que não, outros dizem que sim. E então o que diz o dogma? Não diz nada se ela morreu ou não, só diz que não sofreu a corrupção. Então penso na lógica: Jesus como homem morreu e foi sepultado, e o credo nos diz que desceu à mansão dos mortos, logo a lógica é que Maria morreu e que logo após não sofreu a corrupção, mas a graça da ressurreição do Filho atingiu e então foi o seu corpo transformado por ela, assunta ao céu.
O dogma da Assunção estimula a nossa fé, especialmente nos momentos de crise. Sabemos que Deus assumiu e transformou tudo de bom que Maria construiu aqui na terra, inclusive o seu corpo.
Olhando para Maria ressuscitada e glorificada, que seguiu os passos de seu Filho Jesus a gente se anima a lutar pelo bem, pela verdade e pela justiça. O seu destino e também o nosso.
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.