A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo fundamental da nossa fé, celebramos no Ano Litúrgico a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade.
O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a Encarnação e nascimento até à Ascensão, ao Pentecostes à expectativa da feliz esperança da vinda do Senhor.” (S C. 102). E assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos.
Em síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configurar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos.” Fl 2,5.
O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã. Por isso, o Ano litúrgico é sacramento e assim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.
Como a vida, a Liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mistério a Liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos. (Guia Litúrgico – Pastoral – pgs. 7\8).
O ano civil começa em primeiro de janeiro e termina dia 31 de dezembro. O Ano Litúrgico começa no 1º domingo do Advento e se encerra na Solenidade de Cristo Rei. Portanto, estamos iniciando neste domingo o Ano Litúrgico de 2022.
“O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, e um tempo em que, por meio desta lembrança voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um Tempo de piedosa e alegre expectativa.”
O homem faz queimadas como na floresta amazônica, no pantanal, o vento sopra e em pleno sul a poeira encobre o sol, e a cinza cai. Produzimos muito lixo e que são depositados na natureza. Os homens queimam combustíveis e a poluição atinge as cidades, as indústrias ajudam na emissão de poluentes, como resultado, a temperatura do planeta aumenta causando o derretimento da calota polar, inundações, tempestades, formam-se desertos, as águas potáveis estão contaminadas por mercúrio e outros materiais. A poluição radioativa que contamina tudo, como na bomba atômica de Hiroshima, etc. A poluição pelo plástico, na terra, nos mares, nos recifes, as algas e toda a fauna marinha. Os vírus como da Aids, Covid 19 e outros são desastres na relação humana. Avanço tecnológico, mas “fake News”, “guerras comerciais” que inclui os produtores e consumidores. A administração da máquina pra explorar e dominar o humano. Estes são os sinais que hoje se apresentam “nos céus”. “As forças do céu já estão abaladas”, até o espaço está poluído de lixo espacial. O encontro das nações sobre o clima recebeu “o alerta, de que é preciso fazer algo agora”, senão as consequências serão apocalípticas.
ADVENTO ESCATOLÓGICO:.. No Prefácio do Advento I, a dupla vinda de Cristo: “Revestido da nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos.”
ADVENTO NATALINO: No Prefácio do Advento II, a espera jubilosa de Cristo:
“Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por São João Batista. O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores.”
Que nós, mantenhamos uma expectativa vigilante e alegre, eduquemo-nos à esperança forte e paciente e, clamemos com toda a Igreja: Vem Senhor Jesus, vem!
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.