MINHA MAEZINHA QUERIDA…
Chinelo, avental, uma vassoura… mãos que afagam… Um coração que bate no ritmo de servir o outro… Esquece de si mesma para preocupar-se com os vizinhos, com os filhos, com a família… Eis o retrato de mãe.
Avental molhado, roupa limpinha, cheirosa,
passada… quando nos viam com roupa tão
asseada, diziam: como a mãe deste menino
é tão caprichosa…
O cheiro do tempero, mineiro, alho socado
no pilãozinho, refogado no feijão…
A polenta feita na panela de ferro, o quiabo
o frango caipira, a couve manteiga bem
picadinha…
Os quitutes de milho verde, o curau com
canela borrifada, cada um tinha uma tigela
ou um prato reservado…a pamonha doce
ou salgada… broa no fogão de lenha
assada… canjica de milho, arroz doce…
Que delícias, que lembrando dá até água
na boca…
Mamãe Noel que escondia nossos presentes
no Natal… Os ovos de páscoa, ovos de
galinha pintados com amendoim doce dentro.
Ah! quando era dia de chuva, a tardinha tinha
biscoito de polvilho fritos ou bolinhos de chuva.
Pão caseiro cilindrado, o forno de barro no
terreiro aceso, com folhas de bananeiras assados…
Noites de insônia, quando doente a febre não cedia… anjo bom junto a nossa cama velava, uma cantiga de ninar, ciranda, se escutava.
Na volta da escola a pergunta: como foi
aula, tem tarefas pra fazer em casa?
Mãe branca, mãe negra… ama de leite,
que sustenta os filhos desta terra…
Mãe índia que inspira poesia… encoraja.
Mama África que fortalece nas saudades,
os filhos seus que aqui ficaram…
Pacha-mama, que faz germinar… os filhos
e os frutos desta terra…
Na roça, na cidade… dona de casa….
operária, advogada, professora…
Mulher, esposa, companheira… mãe e
pai de muitas famílias brasileiras…
Quanto tempo você se foi minha mãe,
fazendo memória neste dia, peço que
Deus te abençoe e a todas as mães…
Cantemos com as crianças: “Minha
mãezinha querida, mãezinha do coração,
te adorarei toda a vida…” “Ela é a dona
de tudo, ela é a rainha do lar, ela vale
mais para mim, que o céu, a terra e…”
Frei Filomeno dos Santos O. Carm.