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RELIGIÃO

BEBER DA FONTE

A revelação bíblica tem sua fonte em Deus – é o que CHAMAMOS DE INSPIRAÇÃO DIVINA. Mas ela precisa ser entendida, interpretada pelo destinatário, que somos todos nós, de modo a ser aplicada na vida, para a construção de um mundo melhor. Ao apresentar o documento “A interpretação da Bíblia na Igreja”, o papa João Paulo II alertou: “A interpretação da Bíblia traz consequências diretas na relação que homens e mulheres de hoje têm com Deus”.

A comunicação bíblica depende da integração dos dois lados: DEUS (que inspira o texto) E OS SERES HUMANOS (que interpretam – buscam entender e aplicar – o que Deus quer comunicar).

A Bíblia é considera SAGRADA, Palavra de Deus, porque foi escrita sob a inspiração do Espírito Santo (DV 11).

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO:

A TRADIÇÃO tem um papel fundamental na transmissão, na vivência e na compreensão da mensagem. Na verdade, a Escritura faz parte da Tradição – e ambas são Palavra de Deus.

TRADIÇÃO é toda a vida da Igreja: o que ela fez no passado e o que ela faz hoje. Não é uma coisa morta, nem somente uma lembrança. A Tradição é dinâmica! A Tradição é também o processo de acolher o patrimônio da fé da Igreja, vivê-lo e passá-lo para frente, para as novas gerações. A própria bíblia não existiria, do jeito como a conhecemos sem o que chamamos de Tradição: a transmissão oral fazia parte da tradição do povo de Deus e foi a Tradição da Igreja que reconheceu os textos como sagrados. DV 8

Quando, na Igreja, falamos em Tradição, não estamos nos referindo ao habitualmente se chama de “tradicionalismo”. Não se trata de estar amarrado no passado, de rejeição do novo, de apego à rotina. A Tradição é a fidelidade que orienta a própria vida da Igreja, alimentada nas origens e aberta às necessidades de cada tempo e lugar. (Por isso é preciso “ler os sinais dos tempos”).

A Tradição faz crescer a importância e a compreensão da mensagem. Ela progride, vai fazendo a história da Igreja, vai guardando o conteúdo da fé e vai fazendo a reflexão avançar.

A TRADIÇÃO E A MISSÃO DOS APÓSTOLOS E SEUS SUCESSORES:

Não basta Deus revelar alguma coisa. Se essa revelação não for transmitida – e bem transmitida -, a mensagem se perde ou se deturpa. Tanto os apóstolos, escolhidos por Jesus, como os escritores que registraram a mensagem bíblica e as comunidades que as acolheram, com a ajuda do Espírito Santo, foram responsáveis pela transmissão correta do que Deus queria comunicar.

O MAGISTÉRIO DA IGREJA, que é tarefa própria dos bispos, continua o trabalho dos apóstolos, supervisionando a transmissão da mensagem e zelando pela fidelidade às fontes para que a Palavra faça acontecer o que Deus quer, vemos em Isaías 55,10-11.

MAGISTÉRIO DA IGREJA: é o nome que usamos para nos referir ao exercício da autoridade de ensinar, de orientar a pastoral, de zelar pela autenticidade da mensagem e pelo progresso na compreensão da missão da Igreja e da vivência da fé. Os documentos oficiais, como a “Dei Verbum”, fazem parte desse Magistério.

A escritura, depois de ser assumida como texto sagrado, não muda. Dá para fixar melhor: não se altera um texto escrito com a mesma facilidade como fazemos quando “quem conta um conto acrescenta um ponto”. Mas a Tradição progride na Igreja com a orientação do Espírito Santo e ajuda a interpretar e viver as palavras transmitidas.

A Tradição e a Escritura não são coisas separadas. As duas formam uma só realidade, apresentada de formas diferentes. DV 9. O mesmo Espírito inspirou as Escrituras e orienta a Igreja. Se não fosse assim, a mensagem se perderia. Foi por isso que Jesus prometeu a assistência do Espírito Santo.

Os bispos, com a autoridade de sucessores dos apóstolos, zelam pela fidelidade aos objetivos da revelação. Mas não fazem isso sozinhos. A Igreja inteira é responsável pela transmissão da fé. O texto da “Dei Verbum” diz que: “… os bispos e os fiéis colaboram estreitamente na conservação, exercício e profissão da fé transmitida” DV 10

O Magistério vivo da Igreja “evidentemente não está acima da Palavra de Deus, mas a seu serviço…” DV 10. Por isso, são tarefas de quem tem autoridade na Igreja: – ensinar de acordo com o que foi transmitido; – escutar a Palavra de Deus; – guardar santamente e expor fielmente a Palavra.

Tradição, Escritura e Magistério da Igreja têm de estar entrelaçados, unidos, em harmonia. Um não tem consistência sem os outros e todos juntos precisam ser instrumentos de salvação, voltados para o bem que Deus quer realizar na vida de seus filhos e filhas.

Frei Filomeno dos Santos O.Carm.

“Beber da Fonte”, Diário do Noroeste, 20\10, domingo, Paranavaí, Paraná.

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