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RELIGIÃO

Beber da Fonte

Por Frei José Leandro Alencar da Silva, O. Carm. *

O 1º ano vocacional Carmelita do Brasil em seu tema quer propor um itinerário vocacional e espiritual do Carmelo para todos os que desejam se enriquecer cada vez mais de seu carisma. O tema como vimos no artigo anterior “Carmelo: um lugar, um caminho, uma missão” norteará as nossas próximas reflexões. Falemos do Carmelo como  um lugar.

O Monte Carmelo é uma bela e mística montanha inúmeras vezes citada nos livros sagrados revelando sua riqueza geográfica e espiritual, pois Carmelo quer dizer jardim, vinha, campo fértil do Senhor, ou seja, um lugar de rica e diversa vegetação símbolo da graça e da prosperidade como se declara em Jeremias 46, 18 e Isaías 35, 2. A tradição bíblica tem o Monte Carmelo como residência habitual de Elias e seguindo seu exemplo, Eliseu também teria se retirado com frequência para lá.

A Ordem dos Carmelitas surgiu no século XII, quando um grupo de ex- cruzados, peregrino e penitentes se estabeleceram nas grutas do Monte Carmelo ao pé da fonte do Profeta. Não é providencial que os primeiros Carmelitas como que para simbolizar a imitação de Elias, tenham bebido a água da fonte que dele recebeu o nome? A Ordem do Carmo recebe o seu nome do monte sagrado em que teve origem. Na Terra Santa, onde cada montanha possui as suas grandes tradições e memórias, o Monte Carmelo pode gabar-se de algumas das mais santas e veneráveis, como a luta da  defesa da fé no Deus de Israel.

Temos o relato de um historiador contemporâneo ao surgimento da Ordem no Monte Carmelo que assim testemunha a vida e abudância espiritual do lugar e dos primeiros carmelitas: “Ao exemplo e imitação do santo e solitário homem Profeta Elias, junto à fonte que de Elias leva o nome, em cubículos como colmeias, onde como abelhas colhiam o mel divino da doçura espiritual” (Jacques de Vitry)

Como lugar, o Monte Carmelo, tornou-se refúgio da Vida Contemplativa, caracterizada por Elias. Para aqueles primeiros frades, o Monte Carmelo deixou de ser uma simples referência geográfica para tornar-se um ideal de vida. O caminho carmelita passa necessariamente pelo monte, com todos os significados que a espiritualidade bíblica a ele atribui.  É o lugar da parada dos peregrinos, da subida, da jornada para a comunhão com o Senhor.

O Monte confere ao grupo um nome, uma identidade, uma terra. Eles irão levá-lo a todos os recantos por onde se espalham, fazendo de suas habitações outros pequenos Carmelos, lugares evocativos da aventura inicial.

O Monte Carmelo é o lugar também da beleza de Maria, a Senhora do Lugar, como era denominada pelos primeiros carmelitas.  A partir do título de Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, relembremos que não é uma pura referência ao lugar, nem à devoção, mas uma forma simbólica de ligação ao mistério da Virgem mãe.

O esplendor ou a beleza de que falamos do Monte Carmelo é o Espírito que enche Maria e repercute nela. O Monte Carmelo é um lugar e à luz da Palavra, no contexto de uma história sagrada, já não é um lugar, mas revela um mistério. É um símbolo.

Trazer no coração o símbolo do Monte Carmelo como todo carmelita é sentir-se ligado ao lugar do nascimento da Ordem e à sua identidade. O Carmelita é aquele que, nascido no Monte Carmelo, sente-se convidado a sair de si mesmo para subir até o cume da montanha para uma união plena com Deus.

 

* É articulador geral do 1º Ano Vocacional Carmelita do Brasil, membro da Província Carmelitana Pernambucana.

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